Empreender

O impacto da alta de preços para os pequenos negócios

Dicas para contornar a crise utilizando estratégias de gestão

Nos últimos meses ir ao supermercado tem sido um suplício. Do básico arroz com feijão à cenourinha nossa de cada dia, tudo está muito caro. Mas o problema é que a escalada de preços não parou no supermercado, ela passeia pelas fornecedoras de energia elétrica, pelos aluguéis e pelos postos de combustíveis - este último aliás, influencia diretamente no aumento de toda uma cadeia, que sem escrúpulos atinge toda a população brasileira, mas principalmente aquela parcela que ganha menos. E o impacto da alta de preços atinge também os pequenos negócios.

Na outra ponta, micro e pequenos negócios também vem sentindo a pressão. Gente como Mônica Palmeira, que há cerca de dez anos trabalha vendendo salgados. Há 2 anos com sua barraquinha na pracinha da Cidade 2000, ela conta orgulhosa que durante todo esse tempo manteve o preço do seu produto, vendendo os salgadinhos que, além de gostosos – como ela faz questão de enfatizar, ganharam uma certa fama por custar apenas R$1. Um diferencial, que fazia com que a empreendedora tivesse uma boa clientela.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Mas há cerca de 40 dias, Mônica precisou repassar o preço dos insumos, o que elevou o valor de R$1,00 para R$1,50. Um aumento de 50% que foi sentido no bolso – também castigado, de seus clientes. Ela reclama da escalada de preços, que atinge praticamente toda a matéria-prima que ela precisa para fazer seus salgados, o que impacta diretamente no lucro da empreendedora: “Antes meus clientes que lavavam 10, 15 salgados, hoje levam 5, 4 salgados, então diminuiu um pouco minhas vendas”, lamenta.

E a realidade da Mônica pode ser facilmente contada como a história de outros tantos pequenos negócios, que tem sido fortemente impactados pela tenebrosa inflação. O impacto dos preços fora de controle: como os pequenos negócios podem fugir desse sufoco, foi o tema da live do Movimento Empreender desta semana. Na conversa, especialistas debateram formas inteligentes de driblar essa dura realidade.

Para Randal Mesquita, consultor financeiro e especialista em varejo e serviços, para enfrentar momentos como este é preciso mais que pensar alternativas para fugir do sufoco, é necessário investir na técnica para se pensar a longo prazo e fortalecer seu negócio: “Empreender é uma grande jornada que exige repertório técnico, construído com estudo e dedicação, que vai muito além das questões empíricas que durante muito tempo estavam em evidência no cenário do empreendedorismo, portanto, prepare-se adequadamente para elevar os níveis do seu negócio”, defende.


E dentro desse contexto, onde a inflação atinge frontalmente a economia, o especialista defende que é preciso exigir dos empreendedores níveis de gestão cada vez mais elaborados e dá algumas dicas para mitigar os efeitos da inflação e da escalada de preços a partir de um ponto fundamental para os negócios: a gestão.

1 - Gestão de compras inteligente: o empreendedor deve priorizar fornecedores que trabalham com prazo e entrega, obtendo assim redução dos custos logísticos e redução de custos com armazenagem. Para as compras à vista deve utilizar o cartão de crédito e ficar atento aos programas de fidelidade aproveitando pontuações e milhas para utilização em novas compras. Outra boa estratégia pode ser a combinação com outros empreendedores, utilizando o efeito escala para negociação com fornecedores. Aqui o especialista explica que é basicamente unir forças, se juntando a outros pares para negociar preços melhores pela quantidade.

2 - Gestão de estoques eficiente: a gestão de estoques é um assunto sempre muito relevante no ambiente da gestão, pois tanto o excedente quanto a falta de estoques podem comprometer a operação. Nesse contexto recomenda-se que o empreendedor dedique máxima atenção à rotina de compra, desde a cotação junto a fornecedores, passando pela gestão dos vencimentos, sem esquecer dos prazos médios de giro e reposição.

3 - Gestão de contas a pagar organizada: tema permanente na pauta do gestor de sucesso, consideramos a gestão de contas a pagar como fundamental para a gestão financeira dos negócios. O empreendedor deve manter sob controle todos os compromissos, caso não consiga e seja necessário renegociar, a recomendação é distribuir e descentralizar os pagamentos, estabelecendo parcelas que possam ser cumpridas. Lembre-se, evite ao máximo pagar juros por mora ou atraso de compromissos, pois muitas vezes essas despesas podem ser negociadas junto a fornecedores.

Quer dicas sobre como aprimorar seu negócio e ainda crescer no digital? O Movimento Empreender tem os cursos perfeitos e gratuitos pra você. Acesse movimentoempreender.com e se inscreva agora!

 

Conteúdo de responsabilidade do anunciante
Empreender
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar