Olhar, avaliar e tomar decisões para o melhor
Foi numa das reuniões semanais entre os diversos órgãos que ajudam a compôr o trânsito de Fortaleza que se decidiu pela readequação de velocidade em avenidas da Capital. A av. Presidente Castelo Branco, mais conhecida como Leste-Oeste, foi uma das primeiras, passando a ter limite máximo de 50 km/hora. “Vimos o ranking das vias mais críticas de acidente de trânsito e ela era uma das primeiras. Junto a outras intervenções, em seis meses a gente conseguiu ter uma redução de 63% no número de atropelamentos”, afirmou a chefe do Controle de Tráfego em Área de Fortaleza (CTAFOR), Juliana Coelho.
No planejamento que ela define como macro, as avenidas Francisco Sá e Osório de Paiva também foram escolhidas. Nesta última, por exemplo, o quantitativo de acidentes com vítima foi reduzido 32%.
Mensalmente, o CTAFOR recebe cerca de 50 solicitações de semáforos. É a população querendo mais segurança para realizar seus deslocamentos. “Ampliamos em cerca de 60% a rede semafórica da cidade, quando comparamos 2012 com 2019. Com a expansão desses equipamentos, garantimos maior disciplinamento do tráfego para bairros que antes não eram contemplados”, comenta Juliana.
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AssinePara que os equipamentos sejam colocados, Juliana explica que são realizadas pesquisas de contagem de veículos, análise do uso do solo, índice de acidentes, dentre outros. Hoje, o tempo de resposta dessas análises é de 90 dias.
Para 2020, a AMC programa maior celeridade nesse processo. “Em Messejana, em um só cruzamento, tem pedido de semáforo de cinco pessoas diferentes”, exemplifica. Nesse processo de análise, engenheiros e arquitetos precisam passar uma semana observando a dinâmica do bairro, conhecendo os pontos críticos e conversando com a população. “Vamos analisar agora de forma macro, filtrando os processos que já existem. Envolvendo não só o semáforo, mas toda a sinalização”, destaca Juliana. Travessia elevada, prolongamento de calçada, iluminação, faixas exclusivas, ciclofaixa, operações no asfalto. Esse envolvimento inclui participação da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), da Secretaria de Infraestrutura (Seinf) e também da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor).
Conforme Juliana, em 2020, um mutirão será realizado entre os órgãos. O objetivo é levantar todos os processos pendentes nos bairros mais críticos. “Vamos analisar cada bairro. Analisar em um mês e já delimitar a execução para os meses subsequentes. Seguir um cronograma. Marcou data, tem que cumprir. Isso é importante tanto para a gente se organizar quanto para a população saber quando o serviço será feito”, garante a chefe do Controle de Tráfego em Área de Fortaleza (CTAFOR), Juliana Coelho.
VIDEOMONITORAMENTO
Desde o ano 2000 que Fortaleza tem videomonitoramento em pelo menos 30 pontos da Cidade. Em 2016, uma regulamentação do Governo Federal viabilizou o uso desse sistema para fiscalização de trânsito. O Controle de Tráfego em Área de Fortaleza (CTAFOR) já utilizava esse videomonitoramento para identificar semáforos danificados ou para acionar agentes de trânsito em caso de acidentes. O coordenador executivo da Iniciativa Bloomberg em Fortaleza, Dante Rosado, destaca a importância do videomonitoramento, por exemplo, sobre o uso do cinto de segurança. “Em 2015, quando fizemos uma pesquisa sobre comportamento, 65% das pessoas usavam o cinto e não tinha o videomonitoramento. Nas pesquisas que fizemos este ano, 94% das pessoas usavam. E não foi feita nenhuma ação específica”, argumenta.
Destaque também para os efeitos do videomonitoramento junto aos motociclistas, que estão no topo da lista de acidentes no trânsito. “Quase 100% da utilização do capacete, principalmente nos trajetos curtos, é porque o cara não sabe onde o agente de trânsito está. Muitas vezes ele entra numa contramão não é porque não conhece a via, mas porque acha que ninguém fiscaliza”, acrescentou o gerente de Operação e Fiscalização da AMC, Disraelli Brasil.