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Ciro Gomes critica o debate de segurança pública feito por Capitão Wagner

"Essa utilização do medo é fascismo na sua acepção mais acabada", diz ao O POVO o ex-ministro
23:55 | Out. 02, 2016
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Ciro Gomes criticou fortemente a maneira como Capitão Wanger (PR) vem abordando a segurança pública em sua campanha eleitoral. Para o ex-ministro, que apóia a reeleição de Roberto Cláudio (PDT), a forma como o militar, cuja sigla no atual pleito está coligada com o PSDB, PMDB e Solidariedade, lida com a pauta amedronta a população e caracteriza-se como fascista. Roberto e Wagner seguem concorrendo ao Paço Municipal.

"É uma deformação política gravíssima do processo democrático essa mistura macabra de violência, milícia, narcotraficante, chacina de garoto sem ocorrência policial – não que tendo ocorrência policial fosse justificável - covardemente pela madrugada", disse o irmão de Cid e Ivo Gomes, que venceu a disputa pela prefeitura de Sobral nestas eleições, em entrevista ao O POVO.

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Segundo Ciro, segurança pública é uma das áreas em que Roberto Cláudio (PDT) deve investir fortemente caso seja reeleito chefe do executivo de Fortaleza. Ele acredita que ao construir areninhas, implantar luz branca nos postes de eletricidade e escola de tempo integral nos bairros, por exemplo, cria-se uma cadeia de ações preventivas que reduzem significativamente a probabilidade de crianças e adolescentes envolverem-se com a criminalidade.

Confira a íntegra da conversa com O POVO

O POVO - Como você tem recebido a candidatura do Capitão Wagner?

Ciro Gomes - É uma deformação política gravíssima do processo democrático essa mistura macabra de violência, milícia, narcotraficante, chacina de garoto sem ocorrência policial – não que tendo ocorrência policial fosse justificável - covardemente pela madrugada. Tudo isso cria um caldo de fascismo que deforma a democracia. Evidentemente, nós temos a responsabilidade não só de escolher um bom prefeito, mas de exterminar esse fenômeno entre nós. A violência espeta o medo no coração da população. É perfeitamente compreensível que a gente (políticos) tenha que entender e inventar novos passos, novos caminhos, para resolver essa equação dentro da democracia. E essa utilização do medo é fascismo na sua acepção mais acabada. Nós precisamos exterminar esse fenômeno aqui.

OP - O discurso da segurança, embora não seja essencialmente da administração municipal, tomou conta de boa parte da Campanha. Como o senhor analisa isso?

Ciro - Conversei muito com o Roberto (Cláudio) sobre isso. A gente precisa conectar a prefeitura nesse assunto também – quando faz areninha, iluminação luz branca, escola de tempo integral você está fazendo o que precisa ser feito estrategicamente. O que tenho para dizer é que é necessário imaginar a experiência do Moroni (Torgan), um policial federal qualificado, concursado e que já foi secretário de segurança, com as inovações que estão surgindo no mundo. O Psol e o PDT fizeram juntos um estudo sobre esse assunto. O Ivo (Gomes) e o Renato Roseno têm indicações preciosas. Os jovens que têm entre 11 e 15 anos, aqueles que estão na iminência da violência, são 3.800 em Fortaleza. Normalmente, eles veem arma dentro de casa e conhecem a droga na própria família. Se a gente chegar e der a eles uma alternativa, um caminho – e é o que estamos elaborando. Essa vai será a grande novidade em segurança que o Roberto (Cláudio) vai introduzir.

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