'É muita galinha para pouco milho', diz caminhoneiro
Filho de caminhoneiro, Jaime trabalha há mais de 50 anos no setor e há 37 dirige o próprio veículo. O dinheiro não dá para pagar as contas. "Tenho sorte de ter casas alugadas e de a minha mulher ter emprego. Porque dinheiro como caminhoneiro não ganho." Ele explica que a briga por cargas só achata o preço do frete: "É muita galinha para pouco milho."
Custos
Trabalhando com seu caminhão em rotas longas - como os 3 mil km que separam São Paulo e Fortaleza -, Jaime diz que ter dificuldades para pagar o financiamento de seu Volvo usado. O caminhoneiro diz que, em média, o frete para as capitais do Nordeste giram em torno de R$ 11 mil. Desse valor, cerca de R$ 5 mil são gastos atualmente com diesel - o MH ano 2000 consome cerca de 1,4 mil a cada "perna" da viagem.
A cada ida e volta para Fortaleza ou Recife - rotas que faz com frequência -, Jaime acredita que sobrem cerca de R$ 2 mil ao fim do mês. É um valor insuficiente para arcar com os custos fixos do próprio caminhão: entre prestação, seguro e estacionamento, ele diz desembolsar R$ 3,8 mil por mês.
Embora Jaime tenha ficado insatisfeito com o acordo que encerrou a greve, a queda de R$ 0,46 no diesel, caso se concretize, representará um bom alívio em seus custos. Na viagem de ida e volta para Fortaleza, o corte no preço representaria uma economia de cerca de R$ 1,3 mil. Considerando o valor líquido que vem sobrando nas mãos do caminhoneiro atualmente, isso representaria um "reajuste" de 65%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Agência Estado