Na Cadeg, no Rio, mercadoria não entra e não sai
"O prejuízo foi de R$ 10 mil. A Ceasa de Sumidouro está abarrotada de alimentos que eles não conseguem despachar para o Rio", diz Guedes.
Segundo ele, os comerciantes que têm frota própria, como ele, estão sendo alertados pelos caminhoneiros para não insistir. O estoque da loja só não acabou porque os motoristas dele alertaram sobre a greve e ele fez um estoque maior de alguns produtos que têm maior duração. "Não recebo hortaliça desde terça-feira. O estoque de batata está acabando e o de cebola já acabou. Hoje, só recebi um caminhão de laranja que conseguiu furar o bloqueio", completa, frisando que o que ainda tem vai para os clientes mais antigos.
Outro estabelecimento teve dois caminhões atingidos por pedras no bloqueio de Itaboraí. Eles saíram da Cadeg em direção à Cabo Frio, na região dos Lagos, com produtos para merenda das escolas municipais. Estão parados aguardando a abertura da estrada para passar. O prejuízo é estimado em mais de R$ 100 mil, já que parte da carga é perecível e os dois para-brisas ficaram quebrados.
Na manhã desta quinta-feira, 25, vários estabelecimentos permaneceram fechados. Os produtos que já estão faltando são os que estragam mais rápido: ovos, batata e cebola, principalmente. "Nunca vi isso. Trabalho há 48 anos na Cadeg e nem na época do racionamento", diz o comerciante José Roberto Martins, cujo estoque está praticamente zerado. "Não recebo nada desde segunda-feira e estou há dois dias sem vender", diz.
Agência Estado