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Taxa de juros tende a permanecer baixa, diz Ilan

10:20 | 05/03/2018
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse nesta segunda-feira, 5, que a taxa de juros no Brasil tende a permanecer baixa, considerando a continuidade do cenário atual de inflação baixa. Citando a queda da Selic de 14,25% ao ano para os atuais 6,75% ao ano, acrescentou que o cidadão ainda não percebeu o impacto da redução na ponta porque as taxas de mercado, embora em diminuição, seguem ainda muito elevadas.

"O cidadão não percebe a queda de juros porque as taxas são altas e precisam cair mais", disse o presidente do BC em entrevista à Rádio CBN.

Ilan afirmou, no entanto, que o BC está tomando medidas para reduzir a taxa de juros no mercado. Ele citou como exemplos as medidas que a autarquia vem adotando com relação aos juros incidentes sobre a utilização do crédito rotativo do cartão de crédito e a implantação do Cadastro Positivo. "Estamos tomando medidas para a queda dos juros na ponta", afirmou o presidente do BC, para quem se taxa básica permanecer baixa e as incertezas em relação à economia continuarem a cair, as taxas de juros deverão diminuir na ponta.

Questionado sobre se a redução da Selic não vai afetar as taxas de administração dos fundos, o presidente do BC disse que o tema é da alçada da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas fez considerações gerais. "Eu acredito que se o Brasil for conviver com taxas como está hoje, de 6,75% por muito tempo, vamos ter quase que uma revolução no sistema financeiro. Nós nunca convivemos com taxas tão baixas no Brasil. Sempre foram dois dígitos", destacou, acrescentando que se o Brasil ficar por muito tempo com taxas menores, tudo vai ser revisto.

"As taxas bancárias, as taxas de administração dos fundos... tudo isso vai ter que ser revisto. O que nós podemos fazer com as medidas que eu comentei é acelerar estas mudanças. Em vez de demorar alguns anos, podemos tentar que demore um ano, um ano e meio", disse.

Para Ilan, se a inflação for mantida no atual patamar, em baixa, não há dívida de que muda tudo no sistema financeiro.

Agência Estado

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