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'Competitividade é a saída', diz economista

11:10 | 14/03/2018
A sobretaxa sobre a importação de aço e alumínio que deve ser adotada pelo governo Donald Trump poderá resultar em um adiamento de investimentos em todo o mundo, segundo avaliação da economista Margareta Drzeniek-Hanouz, membro do comitê executivo do Fórum Econômico Mundial. "O efeito imediato (do protecionismo norte-americano) é uma incerteza gigantesca. As empresas de indústrias exportadoras provavelmente vão esperar para ver quais serão os próximos passos", disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com a economista alemã, para avaliar o impacto real da decisão de Trump ainda é preciso aguardar as medidas que serão adotadas pela União Europeia como resposta ao governo americano. Caso o bloco também reaja com políticas protecionistas, o crescimento da economia global estará em risco, diz. "Sabemos que, no momento em que entrarmos em uma espiral protecionista, a economia vai reduzir seu ritmo."

Para ela, não só o Brasil deixou de fazer reformas necessárias para alavancar a competitividade, como também a União Europeia - com poucas exceções. "As economias foram incapazes de se adaptar. Na Europa, o mercado de trabalho tem muita rigidez. Nos EUA, ainda há discussões se a competitividade que se tem hoje é suficiente. Parte disso, tem a ver com o fato de o país estar indo em direção a um modelo mais protecionista, o que costuma significar menos competitividade", diz. "Competitividade é o maior condutor de eficiência e crescimento de produtividade."

Margareta, que está em São Paulo para participar da versão latino-americana do Fórum Econômico Mundial, afirma ainda que uma abertura comercial e uma reforma estrutural que dê ao País mais competitividade podem ser caminhos para o Brasil sair da crise econômica e fiscal. "O importante para o País é aumentar a produtividade, porque é isso que vai trazer novas receites com impostos no futuro. Existem duas possibilidades: o ajuste fiscal e focar na competitividade."

Entre as medidas para melhorar a competitividade, ela destaca a redução da burocracia e do custo Brasil. Segundo a economista, essa será uma das recomendações que o Fórum dará ao País na quinta-feira, 15, no fim do evento que reunirá líderes empresariais e políticos da América Latina: "O Brasil ainda é uma economia muito rígida em termos de competição e muito protecionista." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Agência Estado

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