Reação do consumo aquece fundos imobiliários
Os FIIs são produtos de renda variável em que cada investidor adquire cotas correspondentes ao montante aplicado - valor esse utilizado na compra de imóveis. O cotista recebe um valor mensal, que pode variar, referente ao aluguel dessas propriedades. Esses fundos são mais indicados como aplicações de longo prazo, com objetivos como a previdência, por exemplo.
Em 2017, o número de fundos voltou a crescer após três anos. Segundo relatório da B3, os registros chegaram a 132 ante 127 fundos registrados no ano passado.
A queda na taxa Selic, porém, já está contemplada no preço atual das cotas dos fundos, ou seja, não vai abrir espaço para gerar retornos muito maiores - principalmente os chamados fundos de papel, que investem em títulos de renda fixa voltados ao setor imobiliário, como Certificado de Recebíveis Imobiliário (CRI), Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra Hipotecária (LH). A vantagem desse produto é que, com a taxa de juros em queda, ele ganha apelo frente às tradicionais aplicações em renda fixa por oferecer retornos melhores, especialmente pela isenção de Imposto de Renda para rendimentos mensais.
Mas, a grande promessa do mercado está relacionada aos chamados fundos de tijolos, um tipo de fundo imobiliário que representa um imóvel físico. A consolidação da retomada da economia e das expectativas de aumento do consumo das famílias influenciam diretamente na melhora do mercado de imóveis como lajes corporativas, shoppings e galpões logísticos.
Apesar de a rentabilidade obtida não garantir ganhos futuros, os fundos com maiores rentabilidades levantados pela startup Yubb, espécie de "Google" dos investimentos, estão atrelados a shoppings. Das dez maiores rentabilidades, nove são do tipo fundos de tijolos, exceto o Mérito, que é do tipo de desenvolvimento - ou seja, ele compra terrenos, constrói e vende, mas não recebe aluguéis.
"Se o consumo aumenta, principalmente o setor de galpões aumenta, porque tudo que a gente compra está estocado em algum lugar", explica o professor da Fecap e especialista em fundos imobiliários, Arthur Vieira. "Em 2012, aconteceu uma entrega grande de imóveis. Hoje ainda há muita vacância que precisa ser absorvida. Espera-se que os espaços vazios sejam ocupados e os aluguéis aumentem", diz.
Essa tese começa a ser observada com os fundos da Rio Bravo, por exemplo. No ranking de performance por segmento da gestora, os shoppings já lideram. Em outubro, eles tiveram performance de 37,17%, aumento de seis pontos porcentuais ante setembro.
Liquidez. Apesar da promessa de bons retornos, o investidor deve estar atento à liquidez. O FII não permite o resgate das cotas antes do prazo de duração do fundo, sendo que a maioria tem prazo indeterminado. Assim, o investidor, para negociar suas cotas, deve usar do mercado secundário: negociar em pregão de mercado. Por isso, há um outro tipo de FII para dar um pouco mais de liquidez a esse mercado: os fundos de fundos, que aplicam, em sua maior parte, em cotas de outros fundos imobiliários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Agência Estado