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Preços dos bônus da Venezuela recuam após Maduro anunciar reestruturação

13:50 | 03/11/2017
Os preços dos bônus da Venezuela tiveram forte queda nesta sexta-feira, horas após o presidente Nicolás Maduro dizer que o país buscará uma reestruturação de sua dívida. O anúncio confundiu detentores dos bônus e analistas, segundo os quais não há uma solução clara por causa das sanções em vigor dos Estados Unidos.

Os bônus da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), que vencem em 2022, recuavam a US$ 0,28 na manhã desta sexta-feira, de US$ 0,48 antes do anúncio da quinta-feira, segundo a MarketAxess BondTicker. O bônus benchmark do governo da Venezuela, com vencimento em 2027, recuou US$ 0,15, a US$ 0,20 em Londres, segundo o UBS Wealth Management.

No fim da terça-feira, o presidente venezuelano anunciou que faria o pagamento do bônus previsto para esta sexta-feira, mas buscará uma reestruturação do resto da dívida. Anteriormente, Maduro e outras autoridades insistiam que pagariam a dívida, que nos últimos anos tinha alguns dos melhores retornos nos mercados emergentes. Mas dois grandes vencimentos na última semana deixaram alguns detentores de bônus e analistas apreensivos sobre a capacidade do país para pagá-los.

A PdVSA tinha um bônus de US$ 1,2 bilhão que vencia em 2 de novembro. Na semana passada, a estatal petrolífera disse que pagaria US$ 842 milhões que venceriam em 27 de outubro.

O país sul-americano obtém dinheiro com petróleo, mas esse montante tem diminuído nos últimos três anos. As sanções dos EUA também restringem as opções da Venezuela.

Maduro disse na quinta-feira que o vice-presidente Tareck El Aissami estará encarregado de negociar a reestruturação da dívida. Os EUA colocaram o vice em uma lista de sanções em fevereiro, com o argumento de que ele teria envolvimento com o narcotráfico.

"A maneira como isso tem sido tratado não dá confiança de que o diálogo sobre o refinanciamento ou a reestruturação comece de maneira suave nem de que haverá uma solução rápida", afirmou Stuart Culverhouse, diretor de renda macro e fixa na Exotix Capital, que não possui ativos venezuelanos. Fonte: Dow Jones Newswires.

Agência Estado

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