Tasso Jereissati diz 'não ver clima' para reforma da Previdência no governo atual
"Ainda tem possibilidade de passar uma 'coisa mínima', mas não vejo clima. Reforma mesmo fica para o próximo governo", disse Jereissati após audiência pública na CAE para ouvir o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.
Durante a audiência, dois senadores, um deles da base aliada do governo, advertiram Ilan Goldfajn sobre a impossibilidade de levar a reforma da Previdência adiante uma vez que o calendário eleitoral está próximo. O adiamento das mudanças estruturais é um ponto dentro do "balanço de riscos" avaliado pelo BC para decidir o rumo dos juros no País.
Como mostrou na segunda-feira o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), deputados governistas preparam uma nova ofensiva para tentar aprovar uma "versão enxuta" da reforma da Previdência ainda neste governo.
As votações seriam retomadas logo após a apreciação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados. Mas até mesmo alguns economistas têm se mostrado céticos em relação a esse poder de articulação do governo Temer.
Segundo Jereissati, ainda é possível que o governo consiga emplacar no Congresso a aprovação de uma idade mínima para aposentadoria no Brasil, mas o mais provável é que as mudanças mais profundas fiquem a cargo do próximo presidente da República.