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Ponto desfavorável na Pnad é informalidade crescendo, diz IBGE

12:30 | 31/10/2017
O mercado de trabalho manteve no terceiro trimestre a tendência de redução na taxa de desemprego através da geração de vagas informais. Apesar de o aumento na população ocupada ser positivo, a perda de postos com carteira assinada no setor privado preocupa, avaliou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desemprego recuou de 13,0% no segundo trimestre para 12,4% no terceiro trimestre. Apesar da melhora, o resultado ainda é superior ao registrado no terceiro trimestre do ano passado, quando era de 11,8%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

"A taxa de desocupação teve uma queda importante, mas ainda está bem acima da registrada ano passado. Ainda temos contingente expressivo de pessoas desocupadas", ressaltou Azeredo. "A ocupação cresceu, isso é positivo e fez essa taxa de desocupação cair. Mas quem está crescendo? O emprego sem carteira e conta própria, que são marcados pela informalidade", completou.

No terceiro trimestre, o total de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu o menor patamar da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012: 33,300 milhões de vagas formais, 810 mil a menos que um ano antes.

"O mercado de trabalho perdeu 3,4 milhões de postos com carteira assinada em três anos. A Pnad Contínua está mostrando um aumento da informalidade. O mercado de trabalho não está estático, ele está se movimentando. Tem ponto favorável, que é o crescimento da população ocupada e o aumento da massa de rendimento. Tem mais dinheiro proveniente do mercado de trabalho circulando. Mas tem mais informalidade crescendo, e você não vê reação alguma do indicador de carteira de trabalho assinada", afirmou Azeredo.

Azeredo lembra que a perda da carteira significa perda também de direitos como Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e seguro-desemprego, além de restringir o acesso a crédito e benefícios como férias remuneradas.

Para os próximos meses, a expectativa é que a taxa de desemprego volte a cair, em função da contratação de funcionários temporários para as festas de fim de ano, disse Azeredo. Quanto ao impacto da reforma trabalhista, que entra em vigor em novembro, ele afirmou que o IBGE ainda está avaliando as novas regras, para depois determinar se será necessário fazer alguma alteração na Pnad Contínua.

"O IBGE está começando a analisar a reforma, ponto a ponto, para ver de que forma a gente vai ter que ajustar a Pnad Contínua, se é que vai ter que ajustar", contou o pesquisador. "Tem que esperar o início (entrada em vigor da reforma) para ver que efeito terá nesse mercado de trabalho."

Agência Estado

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