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IBGE: mesmo com alta, taxa do IPCA em 12 meses continua baixa

13:30 | 06/10/2017
Apesar do aumento na taxa acumulada em 12 meses, a inflação permanece baixa, ressaltou nesta sexta-feira, 6, o gerente na Coordenação de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fernando Gonçalves. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses passou de 2,46% em agosto para 2,54% em setembro. "A taxa continua baixa. Em setembro do ano passado estava em 8,48%", lembrou Gonçalves.

A safra recorde de grãos registrada este ano no País tem ajudado a manter o IPCA baixo.

"O efeito da safra recorde tem segurado taxa da alimentação no domicílio. Foi uma safra muito boa. Muito já foi colhido, mas ainda tem produto sendo escoado, que foi reservado e ainda está saindo para consumo", disse Gonçalves.

O pesquisador observou que a melhora recente do emprego e da renda no mercado de trabalho pode aumentar a pressão da demanda sobre o IPCA no futuro, mas ainda não é possível detectar esse efeito sobre os preços. "O emprego está começando a ter uma melhora, e isso tudo contribui para dar espaço para que as pessoas voltem a consumir", confirmou.

Por outro lado, o que tem pressionado os preços ao consumidor é a nova política de reajustes de combustíveis adotada pela Petrobras. Apenas durante o período de coleta do IPCA de setembro, a Petrobras reajustou a gasolina 19 vezes, o que resultou num aumento de 4,65% nas refinarias.

Os reajustes da estatal resultaram em pressões tanto da gasolina quanto do gás de botijão no IPCA de setembro: o aumento de 4,81% no gás de botijão ao consumidor se traduziu num impacto de 0,06 ponto porcentual, enquanto a elevação de 2,22% na gasolina se refletiu numa contribuição de 0,09 ponto porcentual para a inflação.

Para outubro, são esperadas novas pressões do gás de botijão e da conta de luz. A energia elétrica passou da cobrança extra bandeira amarela em setembro, de R$ 2,00 a cada 100 KWh consumidos, para a vermelha patamar 2 em outubro, que representa um adicional às contas de R$ 3,50 a cada 100 Kwh consumidos. Já o botijão de gás deve refletir o reajuste de 6,90% a partir de 26 de setembro.

O IPCA deve absorver ainda aumentos já previstos no cigarro, telefone celular, pedágio e taxa de água e esgoto.

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