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Ilan: taxas de juros reais estão próximas das mínimas históricas

23:40 | 14/09/2017
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse na noite desta quinta-feira, 14, que, diante do cenário econômico, o atual processo de flexibilização monetária tem levado à queda das taxas de juros reais (juros nominais menos inflação), que se encontram em valores próximos aos mínimos históricos. "Várias medidas confirmam esse fato", disse Ilan evento da Revista IstoÉ Dinheiro, em São Paulo.

O presidente do BC lembrou que a taxa de juro real ex-ante, medida pela taxa de juros prefixada para 12 meses (do mercado de swap Pré-DI) menos a inflação esperada também em 12 meses, chegou a alcançar em torno de 9% ao ano em setembro de 2015. Permaneceu relativamente estável ao longo de 2016, em torno de 7%, e desde dezembro de 2016 vem declinando, alcançando 3,2% ao ano atualmente.

"Quando usamos a trajetória Selic do Focus em vez de juros prefixados para os próximos 12 meses para calcular os atuais juros reais, encontramos o valor de 2,9%. Quando inferidos os juros reais dos títulos NTN-Bs indexados ao IPCA de 12 meses, houve declínio para o patamar atual de 3,3%", apontou o presidente do BC. Para ele, o patamar atual de taxa de juros real, no intervalo de 2,9% a 3,3%, é baixo do ponto de vista histórico brasileiro e tende a estimular a economia.

"A taxa de juros real ex-ante encontra-se abaixo da taxa estrutural, o que significa que há duas hipóteses para frente. Uma é que a taxa de juros estrutural decline ao longo do tempo. A outra é que o juro básico suba ou, ainda, uma combinação das duas. Nesse sentido, a fim de garantir que a tendência de queda das taxas de juros reais seja sustentável, é necessário continuar os esforços de reduzir a taxa de juros estrutural", disse Ilan.

Assim, de acordo com ele, cabe ressaltar que o processo de reformas contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural. "Seguindo a agenda de reformas, o BC tem atuado em várias frentes dentro da sua agenda de trabalho BC+, que tem por objetivos reduzir a taxa estrutural de juros da economia, aumentar a cidadania financeira, aprimorar o arcabouço legal que rege a atuação do BC, aumentar a eficiência do sistema financeiro e, também, reduzir o custo de crédito", afirmou Ilan.

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