Repaginado, Google Earth permite viagem virtual pela Amazônia
O projeto, chamado "Eu sou Amazônia", traz 11 histórias sobre a região amazônica, produzidas por cineastas brasileiros, entre eles o diretor Fernando Meirelles, que está por trás de filmes de sucesso como Cidade de Deus e Ensaio Sobre a Cegueira.
Por meio do projeto, os usuários podem assistir histórias sobre o cotidiano dos quilombolas - comunidades que descendem dos escravos negros que moravam em quilombos - e de diversas tribos indígenas que habitam a região.
Há vídeos, por exemplo, em que os caciques explicam a luta das tribos para proteger os territórios demarcados contra o desmatamento. Depois de ver os minidocumentários, o internauta pode explorar diversas informações nos mapas do Google, que mostram dados como a evolução do desmatamento na Floresta Amazônica.
No vídeo "Eu sou Resistência", os índios da tribo Tembé contam como defendem seu território e as dificuldades que têm enfrentado nos últimos 40 anos. O documentário mostra como eles estão usando novas tecnologias, como os smartphones, para documentar informações sobre invasões e informar as autoridades.
"Os mapas são mais importantes do que eu jamais havia imaginado", diz Luiz Barroso, vice-presidente de plataformas de geolocalização do Google. "Dá para ver a diferença que faz para essas comunidades a possibilidade de se colocar no mapa e contar suas histórias."
Meio ambiente
O projeto também tenta aumentar a consciência ambiental no Brasil - e no mundo - sobre a importância da Floresta Amazônica. No vídeo "Eu sou Água", as pessoas podem entender como se formam os "rios de ar", que levam a água dos rios da Floresta Amazônica por milhares de quilômetros para formar as chuvas nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.
"O Google Maps é uma ferramenta para se achar", disse Rebecca Moore, diretora de engenharia do Google Earth, durante o evento de lançamento do projeto. "O Earth é uma ferramenta para se perder."
Além dos conteúdos sobre a Amazônia, é possível assistir a documentários produzidos pela BBC em ilhas de todo o mundo, conhecer como um grupo na Tanzânia está protegendo os chimpanzés no Parque Nacional do Gombe. A quantidade de conteúdos, porém, ainda é limitada e, no futuro, deve depender dos próprios usuários para ganhar escala.
Segundo Barroso, as experiências, hoje, são todas produzidas por parceiros do Google. Em breve, a plataforma vai ganhar recursos para qualquer usuário criar suas próprias experiências no Google Earth, como numa rede social aberta. Será possível, a partir do aplicativo do serviço - hoje só disponível no Android -, montar um diário com base em uma viagem de férias ou montar um roteiro com dicas sobre a vida do seu escritor favorito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.