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Selic está em queda em face de expectativa ancorada e inflação em baixa, diz Ilan

11:12 | 19/06/2017
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, voltou a destacar nesta segunda-feira, 19, em São Paulo, que a Selic (a taxa básica de juros) está em processo de queda, "em face das expectativas de inflação ancoradas em torno da meta, da inflação em queda, e do alto grau de ociosidade na economia".

Para uma plateia de investidores, durante evento organizado pelo Bradesco, Ilan afirmou ainda que as taxas de juros reais (juros nominais menos inflação) também estão em queda, "apresentando valores próximos aos mínimos históricos".

"O patamar atual de taxa de juros real (4,3% - 5,2%) é baixo do ponto de vista histórico", disse Goldfajn. "A taxa de juros real na economia brasileira oscilou nas últimas décadas, mas apresenta clara tendência de queda. As taxas reais acima de 20% na década de 90 passaram para em torno de 10% na década passada e chegaram a uma média de 5% nos últimos anos (considerando o período insustentável de juros reais de 2% no governo anterior)", acrescentou.

Ciclo

O presidente do Banco Central afirmou também que o cenário básico da instituição prescreve continuidade do ciclo de distensão da política monetária, já considerando os atuais riscos em torno do cenário e as estimativas de extensão do ciclo.

"A flexibilidade do regime de metas para a inflação permite adequar a política monetária aos possíveis cenários prospectivos", afirmou Ilan Goldfajn, para a plateia de investidores em evento organizado pelo banco Bradesco.

Segundo ele, as taxas de juros real (descontada a inflação) e nominal têm recuado no Brasil, sendo que nos últimos meses a Selic (a taxa básica) recuou 400 pontos-base (4 pontos porcentuais) e "há expectativa de quedas adicionais à frente". Atualmente, a Selic está em 10,25% ao ano. "As taxas de juros reais também recuaram de valores próximos a 9% a.a. em setembro de 2015 para a faixa de 4,3% a 5,2% atualmente", pontuou.

O presidente do BC afirmou ainda, retomando ideia já presente em comunicações recentes da instituição, que "a evidência empírica tem novamente corroborado a importância da atuação da política monetária, e da política econômica de forma geral, para o controle da inflação".

'Amortecedores robustos'

Além disso, Ilan Goldfajn voltou a citar que o Brasil tem "amortecedores robustos" e está menos vulnerável a choques, sejam eles internos ou externos. "Vários ajustes e reformas aumentaram a confiança e reduziram a percepção de risco", disse o presidente do BC. "A continuidade nessa direção, em especial com a aprovação da reforma da Previdência e de outras reformas que visam aumentar a produtividade será importante para a sustentabilidade da desinflação e da queda da taxa de juros estrutural da economia."

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