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Índice de custos industriais cresce 0,3% no 3º trimestre, revela CNI

11:00 | 09/12/2016
Os preços dos produtos manufaturados no País cresceram mais que os custos industriais no terceiro trimestre do ano, embora ambos tenham variado pouco, de acordo com levantamento divulgado nesta sexta-feira, 9, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entre julho e setembro, o Índice de Custos Industriais cresceu 0,3% na comparação com os três meses anteriores, já descontados os efeitos sazonais do período. Na mesma comparação, o preço dos produtos fabricados no Brasil cresceu 0,5%.

A entidade destacou que, enquanto os custos nacionais aumentaram, o preço dos produtos manufaturados importados em reais apresentou retração de 6,8% no mesmo período, devido à valorização do real. "Com isso, o preço dos produtos importados se reduziu enquanto o custo da indústria brasileira se manteve estável, prejudicando a competitividade no mercado doméstico", comentou a CNI.

A pouca variação nos custos de um trimestre para outro se deveu aos efeitos contraditórios das principais variáveis que compõem o indicador. O índice de custo tributário cresceu 1,6% no terceiro trimestre de 2016, enquanto o índice de custo com capital de giro caiu 2,8%. Já o índice de custo de produção ficou estável, com ligeira alta de 0,1%.

A queda no custo com capital de giro foi a segunda consecutiva na série do indicador. "Cabe ressaltar que, até o final do terceiro trimestre, a autoridade monetária ainda não havia realizado cortes na taxa básica de juros, de modo que a retração no custo com capital de giro pode refletir a melhora na percepção de risco e o maior comprometimento das autoridades monetárias com a convergência da inflação à meta em 2017", disse a CNI no documento.

Dentre os componentes do índice de custo de produção, o custo com pessoal foi o que apresentou maior elevação, com alta de 2% no trimestre. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o aumento acumulado nesse indicador chega a 8,8%, superior à inflação medidas pelo IPCA em 12 meses até setembro (8,48%). "O resultado indica alta indexação dos salários industriais mesmo diante da crise econômica", avaliou a entidade.

Já o custo com bens intermediários - que também entra no cálculo do custo de produção - caiu 0,4% no trimestre. Considerando apenas a matéria-prima importada, a queda no custo no trimestre foi de 8,3%, graças à valorização do real. Por outro lado, o custo da matéria-prima nacional - usada em maior volume na indústria - cresceu pelo oitavo mês seguido, com alta de 1,0%, retirando parte dessa vantagem cambial do setor.

Por fim, o documento mostra que o custo com energia continua a tendência de recuo, com retração de 1,1% entre julho e setembro na comparação com o trimestre anterior. Após dez trimestre e alta, esse foi o segundo período consecutivo de retração nesse indicador, que considera tanto o preço da eletricidade (-1,2%) como do óleo combustível (-0,7%).

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