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BC: período de interregno benigno nas economias emergentes pode ter se encerrado

11:06 | 14/12/2016
O diretor de política econômica do Banco Central (BC), Carlos Viana, comentou nesta quarta-feira, 14, que o período de interregno benigno para as economias emergentes, marcado pelo excesso de liquidez internacional, pode já ter chegado ao fim, devido à perspectiva de aumento menos gradual dos juros nos Estados Unidos, em paralelo a incertezas sobre a política econômica a ser adotada pelo governo de Donald Trump.

Durante seminário no centro da capital paulista promovido pela InterNews, o diretor do BC observou que o resultado disso pode ser um aperto nas condições financeiras externas, assim como maior dificuldade no processo de desaceleração da inflação no Brasil. Nesse segundo caso, porém, Viana comentou que o impacto pode ser mitigado pela valorização das commodities, que tem um efeito estabilizador ao conter a desvalorização do real.

Viana afirmou que as projeções indicam juros americanos superiores às expectativas anteriores no fim de 2017. Porém, ele ponderou que a relação entre o cenário externo e a política monetária brasileira não é "mecânica".

O mais importante para o Comitê de Política Monetária (Copom), disse, é que as reformas estruturais, importantes nos processos de desinflação e estabilização da dívida pública, prossigam. "Se a janela já se fechou, o caminho segue o mesmo, mas com cenário mais difícil", afirmou Viana, acrescentando que o fim da fase benigna a países emergentes não significa o início de um período maligno.

Embora a desaceleração dos preços de serviços e produtos não alimentícios tenha dado uma pausa, o diretor do BC disse que a expectativa é de retomada do movimento de desinflação nesses segmentos, dada a recuperação lenta da economia. Viana assinalou ainda que a inflação recente veio mais favorável do que se esperava, dando condições à continuidade do novo ciclo de corte da Selic, os juros básicos da economia.

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