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Economistas preveem recuperação para América Latina, mas 'riscos continuam'

20:42 | 28/09/2016
Após sofrerem com um forte recuo dos preços das commodities e a desvalorização cambial nos últimos meses, os países latino-americanos devem começar a se recuperar em 2017, de acordo com analistas. Para o Brasil, a perspectiva é de saída da recessão.

Economistas alertam, no entanto, que a recuperação pode ser desigual na região, uma vez que cada nação enfrenta obstáculos específicos. Além disso, um possível aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que é amplamente aguardado na reunião de dezembro, pode representar mais desafios para a América Latina.

Enquanto é esperado que alguns países muito dependentes de matérias-primas, como Colômbia e Peru, ainda lutem com os preços baixos desses produtos, outros como Brasil e México devem se beneficiar do recente recuo de suas moedas, que ofereceram um impulso à competitividade das exportações.

A consultoria de pesquisa econômica Pantheon Macroeconomics avalia que a recessão no Brasil está se dissipando, graças, principalmente, a uma recuperação moderada dos preços de commodities e à desaceleração da inflação. Em relatório enviado a clientes, a empresa também fala de melhora da confiança no país na sequência da mudança de governo.

A Pantheon estima que o Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina como um todo recue 0,9% em 2016, mas uma recuperação é aguardada em 2017, com um avanço de 1,6%, seguido por um crescimento de 2,0% em 2018. O PIB do Brasil deve encolher 3,1% em 2016, mas é esperada uma mudança de cenário a partir do próximo ano, quando a expansão prevista é de 1,0%, seguida de crescimento de 1,2% estimado para 2018.

Para o grupo japonês Nomura, o crescimento anual do Brasil deve ficar acima de 1% no longo prazo. O banco afirma que a tendência de crescimento do País caiu significativamente nos últimos anos, por razões domésticas e externas.

Já a expectativa para o México é de expansão de 2,0% neste ano, acelerando a 2,6% em 2017 e 3,4% em 2018, calcula a Pantheon. O Nomura avalia que o crescimento do México não tem uma forte relação com os preços das commodities, uma vez que o país possui a maior estrutura industrial da América Latina. A melhora esperada na economia, segundo a instituição, deve refletir uma maior liberdade fiscal - beneficiada pelo boom do petróleo na última década.

Embora a Pantheon estime que o PIB da Argentina deva recuar 1,4% neste ano, a empresa prevê uma recuperação do país vizinho em 2017, com um crescimento de 2,0%. A reação deve ser consequência das "políticas amigáveis aos negócios do presidente Mauricio Macri". Em 2018, os argentinos devem observar um aumento de 3,0% da economia, ainda segundo a Pantheon. (Matheus Maderal - matheus.maderal@estadao.com)

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