Alimentos recuam e FGV revisa previsão para IPC do mês de 0,30% para 0,10%
Se a projeção de 0,10% for confirmada, ficará aquém do resultado de agosto deste ano, de 0,32%, e também menor que o de setembro de 2015, quando foi de 0,42%.
O alívio nos preços dos alimentos é praticamente generalizado, com exceção de carne bovina. Houve elevação de 1,16% na terceira leitura do mês, após 0,09%. Segundo Picchetti, o movimento desta classe de produto contraria a sazonalidade, quando normalmente os preços tendem a cair ou pelos menos ficar estáveis. "Na ponta (pesquisas recente), os preços de vários cortes de carnes estão acelerando a alta", adiantou.
Contudo, o economista disse que as altas em carnes são insuficientes para apagar o alívio em outros preços de alimentos. "Mais que compensa. O grupo todo está desacelerando", observou. Picchetti citou como exemplo a descompressão em leite longa vida, cuja variação ficou negativa em 7,02% na terceira leitura do mês, depois de retração de 3,58% na segunda.
Os in natura também cederam, com destaque para hortaliças e legumes, com recuo de 7,10%, ante -5,95%. Cebola (-9,86%) e batata (-22,5%) ficaram mais baratas, assim como o tomate, que diminuiu o ritmo de alta para 10,91%, depois de 14,65%. "Na ponta, batata está caindo mais de 25%", disse.
De acordo com Picchetti, outro sinal de suavização no IPC-S até o fim do mês deve vir dos gastos com alimentação fora de casa, que são estimulados pela renda e que começam a sentir o peso negativo da recessão econômica. O item refeições em bares e restaurantes passou de 0,64% para 0,46% na terceira quadrissemana - últimos 30 dias terminados nesta quinta-feira, 22. "Parece que o efeito chegou. Na ponta, está mostrando queda. Se confirmada, será algo novo", afirmou.