Preço da cesta básica de Fortaleza cai 2,35% em novembro, a R$ 670,63
No Brasil, a deflação alcançou 24 das 27 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
13:07 | Dez. 09, 2025
Na tendência do observado em 24 das 27 capitais do Brasil, a Grande Fortaleza registrou queda de 2,35% nos preços, na passagem de outubro para novembro, registrando valor de R$ 670,63 no conjunto dos 12 produtos básicos que compõem os alimentos pesquisados.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 9 de dezembro, por meio da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
No Brasil, além do resultado local (-2,35%), as quedas mais importantes foram observadas em:
- Macapá (-5,28%)
- Porto Alegre (-4,10%)
- Maceió (-3,51%)
- Natal (-3,40%)
- Palmas (-3,28%)
- Florianópolis (-2,90%)
- São Luís (-2,56%)
- Aracaju (-2,20%)
- Rio de Janeiro (-2,17%)
- Curitiba (-2,12%)
- João Pessoa (-2,01%)
Já as elevações ficaram por conta de Rio Branco (0,77%), Campo Grande (0,29%) e Belém (0,28%).
Salário mínimo necessário para família de quatro pessoas
Em novembro de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas no Brasil deveria ter sido de R$ 7.067,18 ou 4,66 vezes o piso mínimo nacional de R$ 1.518.
Para outubro, o montante era de R$ 7.116,83 e correspondeu a 4,69 vezes o piso mínimo. Já em novembro de 2024 o valor estava em R$ 6.959,31 ou 4,93 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.412.
Para calcular estes resultados, considera-se a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
O que explica a deflação na Grande Fortaleza
Ao se avaliar a Grande Fortaleza, a deflação foi marcada pelo recuo nos preços de oito dos doze produtos da cesta básica.
Isso significa que, para adquirir todos os 12 produtos, o trabalhador fortalezense teve de realizar 97h e 11 minutos de trabalho mensal, considerando como base jornada de 220 horas mensalmente para o salário mínimo vigente no País de R$ 1.518.
Se for considerado o gasto com alimentação para uma família padrão (dois adultos e duas crianças) o preço da cesta sai de R$ 670,63 e ficaria em R$ 2.011,89.
E na análise do custo da cesta com o salário mínimo líquido (após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social), verifica-se que o trabalhador fortalezense remunerado pelo piso nacional comprometeu, em novembro, 47,76% do salário para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.
Localmente, dos oito itens que caíram, o destaque foi para:
- Tomate (-15,64%)
- Açúcar (-5,37%)
- Banana (-5,03%).
As elevações foram sobretudo nos produtos:
- Óleo (2,83%)
- Feijão (1,30%)
- Carne (0,78%)
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos também traz os resultados das variações de um semestre, encerrado até o mês de análise, ou seja, no caso, novembro, e a anual, contando os 11 meses do ano.
Nas variação semestral também houve deflação na Grande Fortaleza, com recuo de 7,94% nos valores. Já a anual mantém uma alta de 1,01% no conjunto dos alimentos básicos.
Isso evidencia que em novembro de 2025 (R$ 670,63) o valor esteve mais em conta do que em maio de 2025 (R$ 728,49) e mais cara do que em novembro de 2024 (R$ 663,95).
No semestre, onze itens sofreram reduções em seus preços, com destaque para:
- Tomate (-37,53%)
- Arroz (-17,51%)
- Açúcar (-9,13%)
Por outro lado, somente o óleo (6,78%) sofreu com a inflação, no período.
Na série de 12 meses a ordem dos produtos mais baratos foram:
- Arroz (-32,32%)
- Açúcar (-13,97%)
- Feijão (-11,90%)
E as principais elevações ficaram com
- Café (45,49%)
- Pão (4,88%)
- Carne (4,80%)
Cestas básicas pelas capitais do Brasil
Dentre as 27 capitais pesquisadas, São Paulo teve o maior custo (R$ 841,23), seguida por Florianópolis (R$ 800,68), Cuiabá (R$ 789,98) e Porto Alegre (R$ 789,77).
Como no Norte e Nordeste a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 538,10), Maceió (R$ 571,47), Natal (R$ 591,38) e João Pessoa (R$ 597,66).
Entre novembro de 2024 e novembro de 2025, o custo subiu em 14 das 17 capitais onde é possível comparar os valores da cesta, com destaque para as altas em Salvador (4,07%), Recife (3,56%) e Belo Horizonte (1,89%).
As reduções foram observadas em Brasília (-5,23%), Goiânia (-1,41%) e Natal (-0,36%).
No acumulado no ano, entre dezembro de 2024 e outubro de 2025, oito dessas mesmas 17 capitais apresentam variação positiva.
As maiores foram as de Salvador (2,45%), Recife (1,76%) e Campo Grande (1,20%). Entre as nove capitais com queda, destacam-se Brasília (-5,35%), Natal (-4,20%) e Aracaju (-2,88%).
Outro ponto é que, em novembro de 2025, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica nas 27 capitais pesquisadas foi de 98 horas e 31 minutos, menor do que o registrado em outubro, quando ficou em 100 horas e 19 minutos.
Já em novembro de 2024, considerando as 17 capitais com série histórica completa, a jornada média foi de 108 horas e 04 minutos.
E ao se comparar o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, nas 27 capitais pesquisadas em novembro de 2025, 48,41% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos e, em outubro, 49,29% da renda líquida.
Em novembro de 2024, considerando as 17 capitais com série histórica completa, o percentual médio ficou em 53,10%.
Resumo dos resultados da cesta básica de Fortaleza
- Valor da cesta: R$ 670,63
- Variação mensal: -2,35%
- Variação em 6 meses: -7,94%
- Variação em 12 meses: 1,01%
- Jornada necessária para comprar a cesta básica: 97 horas e 11 minutos
- Produtos com alta em relação ao mês anterior: óleo (2,83%), feijão (1,30%), carne (0,78%) e farinha (0,42%)
- Produtos com redução em relação ao mês anterior: tomate (-15,64%), açúcar (-5,37%), banana (-5,03%), arroz (-2,84%), café (-1,75%), manteiga (-1,43%), leite (-0,45%) e pão (-0,19%)
- Percentual do salário mínimo líquido (R$ 1.404,15) para compra dos produtos da cesta básica na capital: 47,76%
- R$ 7.067,18 é o salário mínimo necessário para uma família com 4 pessoas, correspondendo a 4,66 vezes o mínimo vigente, de R$ 1.518