Brasil chega a quase 8 milhões de empresas inadimplentes

Brasil chega a quase 8 milhões de empresas inadimplentes

Desse total, 7,6 milhões são micro e pequenas empresas que concentram R$ 130,5 bilhões em dívidas
Atualizado às Autor Adriano Queiroz Tipo Notícia

O Brasil superou a marca de 8 milhões de empresas inadimplentes, conforme dados reunidos pela Serasa Experian e pelo Mapa de Empresas do governo federal. Desse total, cerca de 7,6 milhões são micro e pequenas empresas.

As dívidas acumuladas dessas companhias ultrapassam os R$ 130,5 bilhões e cerca de uma em cada três empresas opera no vermelho. Esse cenário de deterioração financeira tem origem em fatores como queda de faturamento, juros elevados, retração no crédito e falta de gestão especializada.

Conforme Marcos Pelozato, advogado, contador e especialista em reestruturação empresarial, a maior parte dos empresários ignora os sinais de colapso financeiro, o que agrava o problema.

“O empresário brasileiro costuma buscar ajuda somente quando a situação já fugiu do controle. Quando o caixa trava, o fornecedor fecha a torneira e a dívida explode, as alternativas ficam muito mais restritas”, pontua.

Para o especialista, a reação tardia potencializa a mortalidade de negócios, especialmente entre micro e pequenas empresas, grupo que mais sofre com oscilações de receita e com o acúmulo rápido de dívidas.

Com a situação de inadimplência generalizada, há o aumento da restrição de crédito e o avanço das dívidas vencidas, nos quais as empresas de menor porte têm perdido capacidade de honrar seus compromissos, de renegociar com fornecedores e de manter estoques básicos.

Segundo Pelozato, esse problema afeta não apenas a operação, mas a preservação de empregos, já que as micro e pequenas empresas são grandes geradoras de oportunidades de trabalho. “Quando uma microempresa fecha, não é só o dono que perde. São milhões de famílias que sentem o impacto, porque esse segmento sustenta boa parte dos postos de trabalho formais”, ressalta.

O especialista explica que, diante da escalada de dívidas, restam dois caminhos: aderir a um processo profundo de reestruturação ou ingressar na recuperação judicial.

“A recuperação judicial não é uma confissão de fracasso. É uma ferramenta legal que protege empresas viáveis”, defende Pelozato.

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