Banco Master: conheça a instituição liquidada pelo Banco Central

A instituição presidida por Daniel Vorcaro era conhecida por sua atuação em nichos de crédito consignado e serviços

11:22 | Nov. 18, 2025

Por: Isabella Pascoal
Empresário Daniel Vorcaro foi preso na manhã desta terça-feira, 18, em operação da Polícia Federal após liquidação do Banco Master (foto: Divulgação/Banco Master)

Após a prisão do executivo Daniel Vorcaro, nesta terça-feira, 18, a instituição presidida por ele atraiu os holofotes do Brasil. O Banco Master foi alvo de ação do Banco Central, que decretou a liquidação extrajudicial no mesmo dia da prisão de Vorcaro.

Isso encerra oficialmente as operações da corretora de câmbio do banco. A ação foi certificada pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo. Veja o que se sabe da instituição e os trâmites da liquidação.

Com a liquidação decretada, o Banco Central indica um liquidante para organizar a ordem de pagamento dos credores, levantar os ativos e vender os bens.

A ação foi decretada apenas um dia após o Fictor Holding Financeira protocolou, junto ao Banco Central, o pedido de aquisição do banco Master.

Com a liquidação, o acordo perde a possibilidade de avançar, pois o processo interrompe o funcionamento da instituição ao retirá-la do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

O que é o Banco Master?

O banco Master foi fundado em 1974, originalmente com o título de Banco Máxima. A instituição permaneceu assim até 2019, quando houve a mudança de controle acionário com assunção de nova diretoria por Daniel Vorcaro.

A mudança ocorreu por causa de problemas operacionais que o banco enfrentou por sua atuação de nicho. Com isso, passou por uma reestruturação a partir de 2016.

A instituição renovou seu portfólio de produtos e reduziu a participação dos créditos imobiliário e o financiamento de empresas de médio e grande porte.

Atuava também de maneira estratégica nos segmentos de crédito estruturado, câmbio, cartões-benefício, investimentos e soluções digitais.

Mas o alto patrimônio chamava atenção e o modelo era considerado problemático por utilizar-se de captação de recursos pagando a investidores juros muito acima da média do mercado e a compra de empresas com problemas financeiros, precatórios e direitos creditórios.

A liquidação do Master estava no radar desde setembro deste ano, quando o banco negou a autorização para o Banco de Brasília (BRB) adquirir a instituição.

Como fica os investimentos e os clientes do banco?

Com a liquidação do Banco Master, os clientes possuem a possibilidade de receber o pagamento investido.

Entretanto, não é automático. Deve ser solicitado o ressarcimento pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), no aplicativo ou site da associação.

Quem possui Certificado de Depósito Bancário (CDB), investimento fixo no banco, tem a cobertura do FGC. A associação paga até 250 mil por CPF ou CNPJ, com o Imposto de Renda (IR) já descontado.

Os valores acima desse número entram na fila de credores, sem garantia do recebimento do valor total. O investidor precisa se habilitar como credor e aguardar os comunicados do liquidante.

A possibilidade do não ressarcimento é possível, já que o valor entra para massa falida como crédito quirografário, ou seja, os últimos da fila.

Como pedir o ressarcimento pelo FGC?

  1. Cadastro pelo aplicativo do FGC para pessoas físicas ou pelo site para empresas.
  2. O FGC libera a solicitação em seu aplicativo após o liquidante enviar a lista de credores, o que pode demorar até 30 dias.
  3. O investidor visualiza assina o termo de maneira digital, comprovando o recebimento do valor.
  4. Após a assinatura, o ressarcimento cai em até 48 horas na conta indicada.

Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, é preso em operação da Polícia Federal | O POVO News

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