Estudo de usina de hidrogênio no Ceará é apresentado; veja detalhes

Esta fase antecede a obtenção da Licença Prévia (LP) junto à Semace, para poder aprovar a localização do empreendimento no Ceará

O estudo de impacto ambiental da usina de hidrogênio verde H2V Pecém da Casa dos Ventos foi apresentado na quarta-feira, 6 de dezembro, na Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).

É o segundo projeto de grande porte mais avançado para o Hub de Hidrogênio Verde no Ceará, atrás apenas da australiana Fortescue, que já recebeu licença prévia.

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A planta será instalada na Zona de Processamento e Exportação II, localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no município de Caucaia, a cerca de 70 km de Fortaleza. O investimento previsto na primeira fase é de US$ 900 milhões.

O empreendimento produzirá hidrogênio por meio de eletrólise da água. A meta é que com o método seja evitada a emissão de até 430 mil toneladas de CO2 por mês.

A área prevista para a instalação do projeto é de 60,33 hectares. Além disso, a empresa prevê uso de 100% de água de reúso durante seu processo produtivo ou proveniente da dessalinização.

Para atuar no Hub de Hidrogênio Verde no Pecém, a Casa dos Ventos assinou, em dezembro de 2022, um pré-contrato em parceria com a Comerc Eficiência, para a instalação da unidade fabril de hidrogênio e amônia verdes. 

A previsão para o início da primeira fase da operação é para 2026, deste empreendimento que começou a ser pensado ainda em 2021. 

Conforme o plano, a ideia é que a planta tenha capacidade de até 2,4 gigawats (GW) de eletrólise para produção de 960 toneladas de hidrogênio por dia ou chegar a 378.140 por ano, além de 2,2 milhões de toneladas de amônia verde por ano.

O projeto é dividido em quatro fases e realização máxima estimada para 2032. Na primeira etapa, a capacidade será 100 mil toneladas por ano de amônia verde, o que demandará 140 MWm de geração renovável (solar e eólica).

Além disso, para este empreendimento, a Casa dos Ventos e a Comerc Eficiência firmaram uma parceria em fevereiro deste ano com a TransHydrogen Alliance (THA), cujo objetivo é garantir uma cadeia de suprimentos para a transição energética dos países europeus.

O propósito do acordo é viabilizar a exportação de amônia verde produzida no Cipp. O acordo entre as partes estima que a produção da primeira fase seria exportada para a Europa por meio do Porto de Roterdã, na Holanda.

Para a análise do projeto em audiência pública na quarta-feira, a Sema foi representada pelo assessor técnico de meio ambiente Lucas Peixoto.

A mesa diretora da audiência foi presidida pela diretora de controle e proteção ambiental da Semace, Lívia Mendes. 

Também marcaram presença o diretor de engenharia da Casa Ventos Energias Renováveis, Habib Mattos; o diretor da MRS Estudos Ambientais, Alexandre Rosa; o Superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) no Ceará, Deodato Ramalho; e representante da secretaria estadual dos Povos Indígenas, Jorge Tabajara.

Posteriormente, houve a apresentação do projeto feito por Habib Mattos e Alexandre Rosa. Finalizado a etapa de apresentação, foram abertas as perguntas da população, que pôde participar tanto presencialmente quanto pela transmissão ao vivo que aconteceu no Youtube da Semace.

A maioria das perguntas direcionadas foram sobre os investimentos que serão realizados na região e também dúvidas sobre os impactos que a instalação trará para as comunidades e o meio ambiente.

O evento foi realizado no auditório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), no campus Pecém.

A audiência pública é uma fase anterior do projeto para a obtenção da Licença Prévia (LP) da Semace, que aprovará a localização do empreendimento.

Após a apresentação dos estudos, eles serão submetidos à análise do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema) para a autorização e emissão da licença prévia pela Semace.

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