Brasil avança posições e está entre 50 economias mais inovadoras

País sobe cinco posições, assume o 49º lugar no Índice Global de Inovação e lidera ranking na América Latina

Após 12 anos, o Brasil volta a ocupar lugar entre as 50 economias mais inovadoras do mundo, segundo o Índice Global de Inovação (IGI) divulgado pela no País pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Em 2023, assumiu o 49º lugar entre 132 países.

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Entre as dez primeiras colocações no índice estão os países Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, Singapura, Finlândia, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Coreia do Sul.

Em relação aos países da América Latina o IGI traz Brasil (49º); Chile (52º); México (58º); Uruguai (63º); Colômbia (66º); Argentina (73º); Costa Rica (74º) e Peru (76º).

Robson Braga de Andrade é o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)(Foto: Sara De Santis/Divulgação CNI)
Foto: Sara De Santis/Divulgação CNI Robson Braga de Andrade é o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)


Apesar da melhora na posição, o Brasil pode avanças posições anualmente se receber investimentos públicos e privados e ter políticas públicas direcionadas para o avanço da ciência, tecnologia e inovação, segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Maior potencial 

“A posição do Brasil no Índice Global de Inovação vem melhorando nos últimos anos (em 2011 esteve na 47º). No entanto, temos um potencial muito inexplorado para melhorar o nosso ecossistema de inovação, atingir o objetivo de integrar os setores científico e empresarial e, consequentemente, promover maior inovação”, afirma Andrade.

Na visão do executivo é necessário que as políticas públicas sejam modernas e atualizadas e que o ranking do IGI tem um papel fundamental mostrar os pontos fortes e fracos do Brasil para sem melhorados.

"A CNI e a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) estão conscientes da importância de medir a inovação para viabilizar políticas eficazes, alcançar resultados sólidos em atividades de ciência, tecnologia e inovação e promover o desenvolvimento social e econômico”, complementa o presidente da CNI.

Ecoinovação

O diretor de Educação e Tecnologia da CNI e diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Lucchesi, relembra ao O POVO que inovação é o principal fator de competitividade industrial, desde a primeira revolução industrial.

"Nos momentos que a gente tem essas transições de ciclo tecnológico como, está acontecendo agora, com o advento da indústria 4.0, com a transição energética, a bioeconomia, a internet das coisas, a inteligência artificial e o big data o processo se torna ainda mais dinâmico e a importância da inovação fica ainda mais fortalecida", detalha.

E continua e explica o que está acontecendo no mundo hoje. O mundo precificou o custo do ônus ambiental de 200 anos de Revolução e Industrial contínua e o impacto sobre a natureza e ao fazer isso, tomou a decisão de emissões zero.

Segundo Lucchesi, isso vai mudar a matriz energética e a estrutura produtiva de maneira dramática. até porque a situação climática é hoje uma situação de emergência climática.

"Então nós temos que fazer algo e que vai ter que ser algo provavelmente muito mais intenso do que nós fazemos hoje. É só o início desse processo. E nesse aspecto o Brasil emerge como um grande potência energética, porque o Brasil já tem uma matriz limpa e que tem um enorme potencial para a produção de energia sustentável, energia de biomassa, energia de base em hidrogênio. Assim, o Brasil vai se colocar como um player importante, mas nós temos um desafio que é o desenvolvimento desses pacotes tecnológico", alerta.

Mobilização Empresarial para Inovação

Lucchesi ainda afirma que o mundo, hoje, está investindo trilhões de dólares em todos os países para o domínio profundo dessas tecnologias.

"O Brasil tem que fazer isso. Aqui nós estamos no Congresso Brasileiro de Inovação, maior evento da América Latina, um dos maiores do mundo e celebramos 15 anos da MEI, da Mobilização Empresarial pela Inovação. Isso é certamente a experiência brasileira mais bem-sucedida de colaboração público-privada e a construção de uma agenda de País", declara.

A MEI é um movimento que estimula de forma estratégica a inovação das empresas brasileiras e ampliar as políticas de apoio à inovação com agentes da iniciativa privada, academia e o setor público.

Papel da Fiec no Ceará

Para expandir a ecoinovação no Ceará, a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) tem um papel fundamental junto as indústrias de todos os portes no Estado. O diretor financeiro e de ESG Edgar Gadelha, que esteve presente ao congresso promovido pela CIN diz que este tema é transversal e muito importante.

"A inovação já tem esse apelo ambiental e do ESG. A Fiec entende que hoje qualquer setor produtivo, aí falando pela indústria, precisa estar atenta a esse tema.  E a Fiec sempre teve esse essa preocupação em ser uma uma Federação de vanguarda, de ver o que é que tem de inovação. Por exemplo, o Observatório da Indústria desde a gestão do Beto Studart", cita o executivo.

Que segue sinalizando as inovações, entre elas, a mais recente o  Núcleo de ESG na gestão do atual presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante. Segundo ele, a sustentabilidade e o ESG, assim como a inovação não podem sair do radar das federações, nem das indústrias e ne, dos empresários industriais por ser uma tendência mundial.

Gadelha informa que a adesão no Ceará tem sido bem aceita, pois o empresário quer assimilar os conceitos e também ter inovação.

"A essência do ESG é muito básica e ligada aos ODS, muitas vezes ela já está fazendo algo e não sabe e a Fiec ajuda, por meio do Núcleo de ESG a identificar e tornar isso mais claro. Além de auxiliar na conquista da certificação por meio do Bureau Veritas quando ela estiver pronta. Não adianta a empresa querer queimar etapas", detalha.

Descarbonização da AcelorMittal

A empresa multinacional AcelorMittal que tem unidade industrial no Pecém, em São Gonçalo do Amarante, no Ceará, destaca a iniciativa XCarb de produzir aço neutro em CO₂.

O objetivo da siderúrgica é atingir  emissão líquida zero de carbono até 2050. 

O gerente geral de Inovação da AcelorMittal, Rodrigo Carazoli, reforça que a empresa esse compromisso global e vem sendo desafiador, pois envolve inovação, desenvolvimento de novas tecnologias, ações em toda a cadeia.

Carazolli conta que lançaram a estratégia do XCarb e ela engloba toda a parte de certificação de produtos que tem baixa pegada de carbono e um fundo de investimento em startups global também, que já tem vários investimentos realizados em startups que tem essa pegada relacionada com descarbonização, energia renováveis.

"É um conceito que a gente está trazendo para o mundo inteiro e que com certeza vai ditar não só, acho que as regras do setor, mas também muito conectado com o que a gente acredita do futuro. Um futuro mais sustentável, um futuro baseado em energia limpa e com produtos que tem uma pegada com baixa pegada de carbono", revela.

Na prática, o gerente explica como é feito um vergalhão, que já está no mercado, muito usado na construção civil.

"As características em termos de aplicação dele são semelhantes a um vergalhão que já é utilizado. A grande diferença é no processo de produção dele. Toda a parte de energias, por exemplo, são de energia certificada, uma energia renovável. A composição da carga para produzir esse produto, é de 100% sucata, que é um material reciclável", detalha.

Existe toda uma infraestrutura para a comprar e captação dessa sucata no mercado.

O processo inclui desde a parte de matérias-primas e insumos até a produção com a pegada de baixa pegada de carbono. O gerente cita, entre os cases, a empresa Tegra, que já utiliza para produzir prédios.

"A gente quer cada vez mais influenciar o mercado para adotar também. E temos que olhar não apenas o preço em si do produto (pois como é feito em baixa escala tem um preço diferenciado), mas o custo total e os impactos gerados. Um produto com uma baixa pegada de carbono tem um apelo sustentável maior. Por exemplo, as construtoras, algumas delas precisam de financiamento e eles valorizam os produtos que tenha também uma pegada mais baixa em carbono. Além das certificações desses empreendimentos", finaliza.

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