Márcio Pochmann é nomeado presidente do IBGE

Economista teve o nome publicado no Diário Oficial da União nesta terça-feira, 8

O Governo Federal formalizou, nesta terça-feira, 8, a nomeação do economista Márcio Pochmann para exercer o cargo de presidente da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A decisão está no Diário Oficial da União (DOU) em portaria assinada pela Casa Civil da Presidência.

O nome de Pochmann para comandar o IBGE foi anunciado pelo Palácio do Planalto no fim de julho, o que não agradou muitos agentes do mercado por, segundo eles, representar risco de aparelhamento partidário e de comprometimento do perfil técnico da instituição.

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O órgão é subordinado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, liderado por Simone Tebet, que disse não ter participado da escolha, mas também enfatizou, logo no dia seguinte ao anúncio, que não iria se opor à decisão e que teria prazer em atender ao primeiro pedido pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Pochmann é integrante do quadro do Partido dos Trabalhadores (PT) e professor de Economia na Unicamp. Também foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre o fim do segundo mandato de Lula e o começo do primeiro de Dilma Rousseff. Antes de assumir o IBGE, Pochmann presidia o Instituto Lula.

Veja abaixo mais informações sobre Pochmann.

Márcio Pochmann: novo presidente do IBGE era professor da Unicamp

Márcio Pochmann formou-se em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1984. Tornou-se doutor pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 1993.

Em 2000, ele se tornou professor livre pela Unicamp, assumindo o cargo de titular em 2014. Se aposentou em 2020, mas continuou como professor colaborador. O Instituto de Economia da Unicamp informou que ele será desligado da instituição pelo tempo que permanecer na presidência do IBGE.

Márcio Pochmann: novo presidente do IBGE tem intensa participação política

Pochmann disputou duas eleições para prefeito de Campinas, mas não se elegeu. Em 2018, também tentou vaga como deputado federal, mas ficou na suplência.

Nas eleições de 2012, ele foi candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e tinha baixa intenção de votos nas primeiras pesquisas. Porém, ele obteve um crescimento e foi para o segundo turno, tendo sido derrotado por Jonas Donizette (PSB), atualmente deputado federal, com 42% dos votos.

Em 2016, Márcio Pochmann não teve votos suficientes para disputar o segundo turno, em meio às dificuldades enfrentadas pelo PT por conta das denúncias da Lava-jato.

Já em 2018, o economista tentou vaga como deputado federal, obteve 53.261 votos e garantiu vaga como suplente.

Márcio Pochmann: novo presidente do IBGE é próximo do PT

A ligação de Pochmann aos governos petistas vem desde o início dos anos 2000. O economista dirigiu a Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade durante mandato de Marta Suplicy como prefeita em São Paulo (2001-2004).

Entre 2012 e 2020, presidiu a Fundação Perseu Abramo, associação ligada ao Partido dos Trabalhadores para "desenvolvimento de atividades como as de reflexão política e ideológica, de promoção de debates e estudos".

Pochmann também foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012 e participou da transição do governo federal após a eleição de Lula.

Márcio Pochmann: novo presidente do IBGE publicou mais de 60 livros

Ele também é autor de mais de 60 livros sobre economia. Com as publicações, Pochmann conquistou três prêmios Jabuti, por Crescimento Econômico e Distribuição de Renda (em 2008), Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe (em 2007) e A Década dos Mitos (2002).

Márcio Pochmann: novo presidente do IBGE levanta visões polêmicas

Pochmann sofreu amplas críticas em sua gestão no Ipea, classificada por muitos como intervencionista e ideológica. Veja a seguir alguns dos posicionamentos mais controversos do economista:

Críticas ao Pix

Pochmann se mostrou crítico ao Pix. No dia 13 de outubro de 2020, o economista publicou no Twitter que, com o Pix, o Banco Central dava “mais um passo na via neocolonial”. “Na sequência vem a abertura financeira escancarada com o real digital e a sua conversibilidade ao dólar. Condição perfeita ao protetorado dos EUA”, escreveu.

Alíquota de até 60% para o IR

Durante o seu mandato à frente do Ipea, Pochmann defendeu uma reforma tributária que acabasse com o Pis e a Cofins, dois tributos federais que incidem sobre o consumo, e que criasse um novo sistema do Imposto de Renda, com 12 faixas de cobrança, em vez das duas existentes à época.

O modelo previa a cobrança de uma alíquota de 60% para quem tinha renda superior a R$ 50 mil mensais. Além disso, haveria a cobrança de 1% de imposto sobre grandes fortunas.

Exploração do espaço sideral

Em entrevista à Reuters em setembro de 2021, Pochmann afirmou que o Brasil deveria apostar na geração de riqueza em frentes às quais dedica pouca ou nenhuma atenção, começando pela exploração do “espaço sideral”.

“Brasil não tem GPS. Como podemos dizer que Brasil é país autônomo quando todo seu sistema de informação e comunicação vinculado ao espaço sideral, portanto à internet, depende de empresas que não são brasileiras?”, afirmou.

 

Críticas às reformas trabalhista e previdenciária

No mês passado, Pochmann usou as redes sociais para criticar as reformas trabalhista (realizada no governo do ex-presidente Michel Temer) e previdenciária (aprovada durante a gestão de Jair Bolsonaro). Segundo ele, as mudanças nas leis e o “fiscalismo” colapsaram o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Jornada de trabalho de 4 horas

Pochmann também defendeu que os ganhos de produtividade permitem que a jornada dos trabalhadores seja de quatro horas por dia, em três dias por semana. “Há singularidade do trabalho hoje: os ganhos de produtividade foram muito significativos e há condições técnicas para reduzir a jornada, sem comprometer o desempenho”, afirmou.

“Os empresários podem argumentar que não há espaço para redução, assim como no início do século XX muitos não entendiam que a jornada de 14 horas por dia diminuía a produtividade e provocava uma série de doenças no trabalhador”, exemplificou.

Com Mariana Fernandes

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