Trégua nos alimentos faz inflação desacelerar no Brasil, aponta FGV

Resultados mostraram um aumento de 0,52% em março e 2,09% no acumulado do ano

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou nesta terça-feira, 6 de junho, o novo Índice de Preços dos Gastos Familiares (IPGF), pesquisa que calcula o peso da inflação. Os dados mostraram um aumento de 0,52% em março e 2,09% no acumulado do ano.

O resultado da pesquisa ficou abaixo do que foi registrado pelo Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) em mesmo período, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na ocasião, o resultado do instituto foi de 0,71% na passagem de fevereiro para março e de 2,09% no ano.

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Em 2022, o IPGF fechou o ano com uma variação de 4,94%, dentro da meta de inflação, cujo limite superior era de 5%. Enquanto o IPCA variou 5,78%.

A desaceleração do índice se deve, principalmente, ao grupo de alimentação, que apresentava 11,30% de inflação acumulada em 12 meses em dezembro, e iniciou um processo gradual de desinflação até chegar a 5,73% em março.

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Os itens que mais contribuíram para esse arrefecimento foram "outros produtos e serviços da lavoura" (de 20,42% para 6,77%); "carne de bovinos e outros produtos de carne" (de 1,84% para 2,99%) e “outros produtos do laticínio” (de 22,09% para 17,67%).

Outras desacelerações expressivas foram apuradas de fevereiro para março em habitação (de 0,86% para 0,44%), artigos de residência (de -0,28% para -0,77%); educação (de 7,58% para estabilidade); comunicação (de 0,67% para 0,01%); saúde e cuidados pessoais (de 1,11% para 0,94%) e serviços prestados às famílias (de 1,41% para 0,25%).

Em coletiva realizada nesta terça-feira, 6, economista responsável pela pesquisa, Matheus Peçanha, comenta que a diferença do índice do IPGF para o IPCA em alguns índices se deve ao fato de que a construção dos pesos possibilita a percepção do de um efeito substituição.

"Quando o consumidor substitui arroz por macarrão ou carne vermelha por carne branca, ou ainda deixa de consumir combustível e passa a usar mais o transporte público devido ao aumento de preços, por exemplo, os itens substituídos perdem peso no IPGF e seus aumentos passam a contribuir menos para o índice e vice-versa. Assim, no longo prazo, esse efeito acaba gerando um número menor de inflação”, explicou.

O coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, André Furtado Braz, ressaltou ainda que os preços nos segmentos de saúde e educação não tiveram tanta diferença porque são gastos fixos, independentemente dos custos: "Saúde e educação são inelásticos e, independente do preço, as pessoas acabam pagando por ele", finalizou.

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