'Temos muita confiança no Brasil', diz Ana Botín, do Grupo Santander
A presidente do conselho do Grupo Santander, Ana Botín, disse nesta quarta-feira, 2, que confia no Brasil, mesmo diante dos atuais bloqueios de estradas em protesto contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência. "Com o que vimos, temos muita confiança no Brasil e em suas instituições", afirmou ela, que disse ainda que o setor privado do Brasil é muito forte, o que também traz confiança.
A executiva afirmou que ainda não é possível falar sobre as políticas fiscais que o governo do presidente eleito Lula adotará no ano que vem. "O novo governo ainda não está formado", afirmou.
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Em coletiva de imprensa na sede do Grupo, em Madri, Botín comentou que, na frente monetária, pilotada pelo Banco Central, o País tomou a decisão correta ao antecipar o aperto dos juros. Graças a isso, destacou, é uma das poucas economias do mundo que acumulam deflação em três meses seguidos neste ano.
"Confiamos que o Brasil está à frente de outros países em um momento difícil", disse a executiva. Com o adiantamento dos juros, ela considera que o País está próximo a um ponto de inflexão neste sentido.
Botín disse também que o banco tradicionalmente trabalha com todos os governos dos países em que opera e que está feliz em continuar com esta visão diante das eleições brasileiras.
A executiva destacou que o Santander trabalhou com o próprio presidente eleito Lula, em sua passagem anterior pelo Palácio do Planalto, bem como com o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições.
Deflação
Para a executiva, o Brasil é o único no mundo que teve três meses consecutivos de deflação em 2022, apesar de estar agora no momento mais difícil do ciclo monetário. "Com a América Latina, somos sempre otimistas", afirmou. "O Brasil e o México devem crescer mais do que os Estados Unidos em 2023, com inflação menor do que a da Alemanha."
Botín disse que, quando lhe perguntam se o Brasil é o "país do futuro", costuma dizer que não: assim como outros países, vive ciclos econômicos com picos e vales. Ela destacou, entretanto, que milhões de pessoas ascenderam à classe média brasileira nos últimos 20 anos.
*O REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DO SANTANDER BRASIL
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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