Estados Unidos colocarão fim a restrições de entrada para vacinados em novembro

Os viajantes imunizados terão que se submeter a testes e rastreamento de contatos

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira, 20, que suspenderão em novembro as restrições de entrada no país, impostas há 18 meses por causa da pandemia de Covid-19, aos viajantes vacinados e que se submetam a testes e rastreamento de contatos.

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Jeffrey Zients, coordenador da resposta ao coronavírus do governo de Joe Biden, disse à imprensa que a medida entrará em vigor no "início de novembro".

A flexibilização das restrições de viagens impostas em março de 2020 por Donald Trump, quando o surto de coronavírus foi classificado como pandemia, marca uma mudança significativa por parte do governo Biden e responde a uma demanda importante de seus aliados europeus, em um momento de tensão nas relações diplomáticas.

Além disso, o fechamento das fronteiras afeta milhões de viajantes, inclusive os vacinados, causando situações pessoais e familiares difíceis, assim como uma impaciência crescente, particularmente entre os europeus.

Atualmente, apenas os cidadãos norte-americanos, os residentes e os estrangeiros com vistos especiais podem ingressar nos Estados Unidos vindos da maioria dos países europeus. 

Não obstante, serão mantidas numerosas ressalvas para evitar a propagação do vírus, que já matou mais de 670 mil americanos, e que vem aumentando pela variante delta, após uma forte queda nos primeiros meses do ano.

Ainda não está claro se a nova medida será aplicada apenas às vacinas aprovadas nos Estados Unidos, ou se também incluirá os imunizantes fabricados por China e Rússia. Segundo Zients, essa decisão caberá ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

O conselheiro do presidente norte-americano também assinalou que as restrições ao movimento de veículos de Canadá e México serão mantidas. "Não temos atualizações sobre as políticas de fronteiras terrestres", explicou.

Zients informou que os viajantes terão que comprovar que concluíram o ciclo de vacinação antes de entrar nos aviões com destino aos Estados Unidos, e que também deverão apresentar um teste negativo de covid-19 feito até 72 horas antes do embarque.

Já os cidadãos norte-americanos que não estiverem imunizados poderão entrar no país somente mediante apresentação de um exame negativo feito dentro das 24 horas anteriores.

O uso de máscaras será obrigatório nos voos para os Estados Unidos e as companhias aéreas também proporcionarão às autoridades sanitárias norte-americanas informação para o rastreamento de contatos.

"Este novo sistema segue as recomendações da ciência para manter seguras as viagens aéreas internacionais dos americanos", afirmou Zients.

O anúncio foi rapidamente bem recebido pelo grupo Airlines For Europe, que considerou que "a decisão dará um impulso muito necessário ao tráfego e ao turismo transatlântico, e reunirá famílias e amigos".

Ao contrário do que se esperava, que a reabertura das fronteiras se restringiria aos viajantes de União Europeia (UE) e Reino Unido, o anúncio abrange o mundo todo.

"Isto se aplica a todas as viagens internacionais", frisou o conselheiro do presidente norte-americano. 

As restrições impostas pelos EUA estavam irritando profundamente as autoridades britânicas e da UE, que hoje mesmo recomendou a seus Estados-membros o retorno das restrições aos viajantes norte-americanos, aos quais a entrada era permitida se estivessem vacinados.

A decisão dos EUA acontece na véspera do discurso de Biden na Assembleia Geral da ONU em Nova York, no qual a pandemia será o tema principal.

A medida também foi tomada no momento em que Washington e Paris entraram em rota de colisão pelo anúncio repentino da Austrália de que adquirirá submarinos nucleares norte-americanos como parte de uma nova aliança de defesa, abandonando um contrato francês anterior para submarinos de propulsão convencional.

Por esse motivo, a França chamou para consultas o seu embaixador em Washington, e acusou o governo Biden de esfaqueá-la pelas costas.

Contudo, fontes do governo norte-americano negaram que a decisão da Casa Branca de relaxar as restrições de entrada no país tenha qualquer relação com uma tentativa de acalmar a França. "Isso está realmente motivado pela ciência", afirmou um funcionário do Departamento de Estado.

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