Renda dos trabalhadores fechou em queda no primeiro trimestre; média Nordeste foi de -7%

De acordo com o levantamento, realizado pelo Ipea, o Nordeste foi a região em que os trabalhadores mais sofreram com a queda na renda

O rendimento efetivo dos trabalhadores sofreu uma redução de pelo menos 2,2% no primeiro trimestre de 2021. Isso é o que aponta estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta quarta-feira, 16. A análise observa o impacto da pandemia de Covid-19 no mercado de trabalho e utiliza a base de dados da Pnad Contínua.

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O recorte regional dos rendimentos revela que o Nordeste foi a região mais afetada pela segunda onda da pandemia, com queda de 7,05% da renda efetiva, e o Centro-Oeste teve o menor impacto na renda, com queda de 0,84%.

De acordo com o levantamento, a pandemia também afetou a proporção de domicílios sem nenhuma renda do trabalho, que subiu de 25% no primeiro trimestre de 2020 para 29,3% em igual período deste ano. O que confirma que a recuperação do nível de ocupação segue lenta entre as famílias de renda mais baixa.

Em 2020, de acordo com a Pnad Contínua, os rendimentos habituais apresentaram um crescimento acelerado, atingindo um crescimento interanual de 8,6% no trimestre móvel entre maio e julho, tendo desacelerado após o terceiro trimestre. No primeiro trimestre de 2021, o crescimento da renda habitual foi de apenas 0,8%.

Autor do levantamento, o pesquisador do Ipea Sandro Sacchet de Carvalho destaca ainda que a renda dos trabalhadores foi afetada de forma direta no período. "Em contraste, a partir do trimestre móvel iniciado em abril do ano passado, a renda efetiva apresentou consecutivas quedas na comparação interanual, apenas se recuperando após setembro. Entretanto, nos trimestres móveis terminados em dezembro e janeiro, a renda efetiva voltou a apresentar uma queda de 1% e 2,4% respectivamente".

Renda

Nos primeiros três meses do ano, apesar de relativo aumento dos rendimentos habituais médios observadas desde a retomada econômica após a primeira onda de pandemia, a forte queda da população ocupada causou um considerável impacto negativo na massa salarial real habitual.

No primeiro trimestre de 2021, a queda da massa de rendimentos habituais foi de 6,7% (somando R$ 212,5 bilhões) e a queda da massa efetiva foi de 9,5% em comparação com o ano anterior, totalizando R$ 225,8 bilhões.

Gênero

Na análise por gênero, o levantamento do Ipea aponta que, enquanto as mulheres foram um dos únicos grupos a mostrar crescimento da renda efetiva (1,3%), os homens tiveram uma queda de 4,7% da renda no primeiro trimestre de 2021.

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