Para Sindirest-CE, manutenção de horário reduzido acarreta mais aglomeração
Presidente da entidade afirma que segmento está preparado para atender até às 23h e cita fechamento de até 12 mil estabelecimentos em todo o EstadoO anúncio feito pelo governador Camilo Santana (PT), na manhã deste sábado, 22, de que não haverá novas flexibilizações de horários e atividades econômicas na próxima semana desagradou representantes do segmento de alimentação fora do lar, que já calculam o fechamento de até 50% dos estabelecimentos no Estado, ou cerca de 12 mil empresas.
Para o presidente do Sindicato de Restaurantes, Bares, Barracas de Praia, Buffets e Similares do Estado do Ceará, (Sindirest-CE), Dorivan Rocha, a não ampliação do horário de funcionamento do setor, além de trazer impacto econômico, pode acarretar mais aglomeração. "Quanto mais restrito o horário for, maior a chance de aglomeração em qualquer segmento e, principalmente no nosso, porque ele demanda um tempo maior para o consumidor ser atendido. A gente entende que isso não é salutar para o enfrentamento da pandemia de Covid-19".
Ele afirma, ainda, que embora tenha havido uma ligeira melhora na situação financeira das empresas do segmento na última semana com a ampliação de duas horas no atendimento (até às 21h), a recuperação ainda segue lenta, por conta da baixa procura da clientela. "A gente esperava que a demanda fosse bem melhor. Esse cenário está gerando um impacto financeiro muito grande na sociedade e o consumidor está cada vez com o poder de compra cada menor. E a frequência também é menor. Quem frequentava uma vez por semana, está indo uma vez por mês. Quem frequentava todo dia, está indo duas vezes por semana", relata.
Sobre o impacto social das restrições, Dorivan acrescenta que considerando uma média de colaboradores por estabelecimento no Ceará, somente o fechamento de metade das empresas de alimentação fora do lar representa a perda de 120 mil empregos diretos. "São trabalhadores e família ficando sem trabalho e renda", conclui Dorivan.
Decreto anterior
No decreto anterior, anunciado há uma semana, Governo autorizou o avanço da flexibilização nas macrorregiões de Fortaleza e Sobral. Em vigor desde a última segunda-feira, 17, o documento atual autoriza comércios de rua, restaurantes e shoppings a terem seu horário de funcionamento ampliado e com capacidade de até 50% de segunda-feira à domingo.
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Academias podem funcionar até as 21h, além de autorizado o retorno de atividades em clubes, escolas de esporte, areninhas, aulas práticas de ensino superior e atividades extracurriculares das escolas.
Naquele dia, o governador Camilo Santana (PT) afirmou que a taxa de positividade reduziu significativamente em Fortaleza mas permaneceu elevada em outros municípios. Por isso, as Regiões de Saúde do Cariri, Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe continuaram com as mesmas restrições ao longo desta semana.
Após o início da flexibilização do segundo lockdown adotado no Estado, no último dia 12 de abril, o governador Camilo Santana (PT) liberou setores da economia por quatro semanas. No dia 7 de maio, contudo, decidiu não avançar na reabertura, mantendo as medidas que estavam em vigo à época por mais uma semana em todo o Estado. Na ocasião, ele explicou que, apesar da tendência de queda do número de casos e de óbitos se manter, alto patamar de internações e aumento na positividade de exames colocaram o comitê científico em alerta.