Lemann: precisamos de política fiscal clara e baixar números da covid-19

Em linha com a avaliação de economistas de diferentes correntes, o empresário Jorge Paulo Lemann afirmou neste domingo, 7, que o Brasil precisa de política fiscal clara e baixar os números da covid-19 para atrair investimentos. "Precisamos ser ortodoxos e tratar bem os estrangeiros", disse o acionista da AB Inbev, em live com empresários e políticos intitulada "Live do Parlatório". Ele citou as recentes rusgas do governo brasileiro com líderes europeus em torno do desmatamento da Amazônia.

Em tom pessimista, Lemann mostrou desconforto com a situação política brasileira, sobretudo diante da falta de progresso nas reformas econômicas, como a tributária e a administrativa. "Não sabemos direito para que lado vai o Congresso, agora", declarou. Na última segunda-feira, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foram eleitos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, respectivamente, com as bênçãos do Palácio do Planalto. Apesar do discurso oficial pró-reformas, abraçado pelo mercado financeiro, a nova organização do Congresso Nacional representa um avanço do Centrão, historicamente avesso a pautas como privatizações e redução da máquina pública.

A paralisação de reformas é um dos diagnósticos de Lemann para o que chamou, durante o evento virtual, de "pé atrás" de investidores com o Brasil. "Hoje, há muita liquidez. A economia anda mal e as bolsas não param de subir. Mas o Brasil não tem performado bem. A legislação não é constante, a regra muda toda hora", declarou.

Lemann aproveitou a live para defender melhorias na educação pública brasileira, citando como exemplo positivo o caso de Sobral (Ceará), e para destacar o trabalho da Fundação Lemann no setor. "A economia você conserta. Mas sem educação, você não tem estabilidade social para tocar os projetos que o Brasil precisa", afirmou. "Vamos treinar pessoas que queiram ir para o governo. A solução para o Brasil é ter gente mais preparada".

A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) é um exemplo de figura política que estudou com bolsa da Fundação Lemann - e foi citada pelo empresário, durante a live. "Ela é mais de esquerda do que eu. E a turma bolsonarista já acha que sou de esquerda", brincou com os presentes.

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CORONAVÍRUS/CRISE/LEMANN/AB INBEV

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