Clínicas particulares do Ceará negociam entre US$ 32,71 e US$ 40,78 a dose da vacina indiana contra a Covid-19, diz jornal

A ABCVAC e a importadora Precisa Medicamentos concluíram as negociações para a compra das 5 milhões de doses da Covaxin, da farmacêutica indiana Bharat Biontech, e agora partem para acordar a venda do imunizante com as clínicas privadas. Em Fortaleza, ainda não há definição para encomendas de doses

As clínicas particulares do Ceará, que participam da negociação conjunta de 5 milhões de doses da vacina indiana Covaxin com a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), poderão comprar mínimo de 2 mil a 7,2 mil doses do imunizante, cujo valor unitário da compra ficaria por US$ 40,78. Caso optem por adquirir entre 7.201 a 12 mil doses, a unidade sairia por US$ 38. De 12.001 a 50 mil, sairia por US$ 36, entre 50.001 a 100 mil, o custo é de US$ 34,43 e, acima de 100 mil, sai por US$ 32,71.

A preços atuais, os valores em reais para adquirir cada dose ficariam aproximadamente entre R$ 176,96 e R$ 220,61. Lembrando que estes valores ainda não são os que serão comercializados ao consumidor final. Em Fortaleza, ainda não há definição para encomendas de doses.

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Os dados foram divulgados pelo jornal Valor Econômico, que teve acesso exclusivo a um comunicado da entidade aos seus associados, enviado no último dia 23. A publicação informa que a ABCVAC e a importadora Precisa Medicamentos concluíram as negociações para a compra das 5 milhões de doses da Covaxin, da farmacêutica indiana Bharat Biontech, e agora partem para acordar a venda do imunizante com as clínicas privadas.

A publicação ainda acrescenta que as clínicas têm somente até esta sexta-feira, 29, para fecharem seus pedidos com a importadora e precisam pagar 10% do valor do contrato como adiantamento para reservar seu lote, sendo que a quantia será devolvida caso o imunizante não seja aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou ocorra outro percalço. No período de aprovação pela Anvisa e de liberação da licença de importação, serão cobrados mais 50% e os 40% restantes serão pagos na entrega da vacina.

As incertezas em torno da aprovação da vacina indiana no Brasil ainda persistem e são o principal ponto que geram dúvidas para que as clínicas encomendem as doses. O diretor médico da Clínica de Vacinação Dra. Núbia Jacó, João Cláudio Jacó, esclarece que está preocupado com a importação do imunizante ainda sem aprovação confirmada pela Anvisa.

Ele explica que, diferente da campanha nacional de vacinação, em que a agência sanitária libera o uso emergencial, o processo para liberação da imunização em clínicas particulares carece de mais passos, pois a liberação só acontece após aval final.

"Fica difícil tomar a decisão sem ter os dados (da Fase 3) em mãos. Aguardamos a publicação dos dados na Fase 3 e aprovação na Anvisa, aprovação do uso emergencial (para a campanha de vacinação do governo) e liberação final", explica o passo a passo. "Como clínica, precisamos de um produto com registro definitivo", pontua.

Por isso, o diretor médico não deixa claro se as clínicas de vacinação irão realmente obedecer ao prazo estipulado para sexta-feira, 29. "Ainda estamos fazendo um levantamento do ponto científico. Para mim, o mais importante é avaliar o resultado dessa vacina, para além do preço que pagaria por ela".

"Dentro dessa confusão toda, ficamos perdidos, mas como médico mantenho o que acredito e espero os resultados de eficácia do produto. Aguardo para tomar a decisão", completa o diretor médico.

Outra interessada em adquirir as vacinas indianas é a Unimed Vacinas. A empresa afirmou que já está em contato para agilizar a associação à ABCVAC, mas aguarda retorno. "A Unimed Fortaleza está aguardando retorno da ABCVAC para oficializar a associação da Unimed Vacinas, clínica de imunização da cooperativa, com a entidade. Na sequência, será dada início a articulação para a aquisição das vacinas contra a Covid-19 e posterior comercialização", afirma em nota.

"Todas as negociações são desenvolvidas dentro de um ambiente privado e cobertas por Termos de Confidencialidade e todas as estratégias e condições comerciais são discutidas exclusivamente dentro do ambiente legítimo, e cobertas por contratos entre as partes, envolvendo apenas clientes e fornecedores. A ABCVAC não comentará nenhum documento que esteja fora do ambiente formal das negociações", informa a entidade em nota enviada ao O POVO.

O que diz a farmacêutica indiana

Atualmente, a Covaxin teve seu uso ampliado no programa de vacinação em massa da Índia. Cerca de 2 milhões de pessoas da área de saúde já foram vacinadas no país. A Bharat Biotech esclareceu que estabeleceu um contrato exclusivo de representação e distribuição com a Precisa Medicamentos para fornecimento da Covaxin ao Brasil. A prioridade será o setor público, por meio de uma contratação direta pelo Governo Federal.

"As vacinas para o mercado privado chegariam após a autorização da Anvisa para a venda do imunizante no País", diz o comunicado.

Ontem, o site bioRxiv, especializado em pesquisas médicas, publicou os resultados de uma pesquisa conduzida pelo Instituto Nacional de Virologia que apontam que a vacina Covaxin contra a Covid-19, produzida pela empresa indiana Bharat Biotech, também é eficaz contra a variante britânica do novo coronavírus, considerada mais contagiosa e letal do que a de Wuhan.

Segundo a Bharat Biotech, a tecnologia de vírus inativo permite que o acondicionamento da vacina seja realizado entre 2° a 8°C. A previsão é de que seja lançada no mercado de maneira oficial em fevereiro de 2021, e a projeção é de que sua validade contra a Covid-19 seja de 24 meses. (Colaborou Samuel Pimentel)

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