Intenção de consumo das famílias tem leve aumento, mas continua em queda
Os números segue em queda, mas tem passado por leves melhorasA Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), segue em retração consecutiva em agosto de -0,2%, permanecendo com a pontuação estável no comparativo mensal de 66,2 pontos. O índice foi divulgado nesta quarta-feira, 26, e é o pior índice para um mês de agosto desde o início da série histórica, em janeiro de 2010.
No geral, o mês teve um recuo de 27,6% em comparação com o mesmo mês de 2019. O indicador está abaixo do nível de satisfação, que é de 100 pontos, desde abril de 2015. Também em queda, o índice de Emprego Atual recuou 0,5%, o quinto resultado negativo seguido, mas com uma pequena alta, com 85,1 pontos. Outro ponto analisado na pesquisa, a Renda Atual, seguiu a tendencia e registrou retração de 3,4%, também a quinta consecutiva, chegando a 76,8 pontos – o menor nível da série histórica.
A Intenção de Consumo é um indicador tenta medir a avaliação que os consumidores fazem sobre aspectos importantes da condição de vida de sua família, como a capacidade de consumo (atual e de curto prazo), nível de renda doméstico, segurança no emprego e qualidade de consumo, presente e futuro. A pesquisa é composta por sete itens. Quatro deles – Emprego Atual, Renda Atual,Compra a Prazo e Nível de Consumo Atual – comparam a percepção do consumidor em relação a igual período do ano anterior.
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AssineOs demais itens referem-se a perspectiva de melhoria profissional para os seis meses seguintes, expectativas de consumo para os três meses seguintes e avaliação do momento atual quanto à aquisição de bens duráveis. Ao todo, 18 mil questionários são aplicados por mês.
" As famílias continuaram se revelando conscientes da importância da sua renda e, assim, cautelosas
com o seu consumo. Contudo, a variação foi a menos intensa deste período de retração", aponta a pesquisa. A economista responsável pelo estudo, Catarina Carneiro da Silva, analisa que a pandemia continua afetando a renda familiar, mesmo que alguns índices, como a perspectiva profissional e de consumo tenham tido aumentos, que apontem para uma recuperação gradual. Ela ressalta que foi demonstrado percepções menos negativas em relação ao mercado de trabalho de trabalho este mês.
O Nível de Consumo Atual apresentou mesmo comportamento. Chegou à quinta queda mensal consecutiva (-0,5%); porém, a menos intensa no período. O item caiu a 49,2 pontos, o menor nível desde novembro de 2016.
Já o indicador Momento para Duráveis, que avalia o que os consumidores pensam sobre a aquisição de bens como eletrodomésticos, eletrônicos, carros e imóveis, cresceu 2,1%, após acumular quatro quedas seguidas. O item, no entanto, foi o que obteve a maior queda anual (-36,1%) entre os itens pesquisados e fechou o mês com 40 pontos, sendo o menor subíndice da pesquisa.
Cautela ainda é foco, mas melhorias já podem ser avistadas
Entre os resultados positivos da pesquisa, os indicadores que medem as expectativas das famílias para os próximos meses começão a melhorar. Após três quedas seguidas, a Perspectiva Profissional apresentou um crescimento de +4,6%, chegando a 70,8 pontos.
A Perspectiva de Consumo registrou também variação positiva de +1,5%, após quatro meses de retração, e alcançou 60,9 pontos. "O momento atual permanece incerto e exige cautela das famílias; contudo, já demonstra desaceleração em sua queda. Tanto que as expectativas para os próximos meses foram
positivas em agosto, com a Perspectiva de Consumir tendo o primeiro crescimento após
quatro meses", ressalta o estudo.