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Setores da indústria cearense lideram ranking de empresas menos sustentáveis do País, diz IBGE

Reputação e custos elevados são razões principais para indústrias adotarem inovações ambientais no Ceará

Ceará é o estado brasileiro com menor proporção de empresas das indústrias extrativista e de transformação que adotam medidas sustentáveis, de acordo com Pesquisa de Inovação (Pintec) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na manhã desta sexta-feira, 3. Os dados foram coletados entre 2015 e 2017 em 15 estados brasileiros.

Cerca de 600 empresas desses setores no Estado implementaram algum tipo de inovação ambiental. O número equivale a cerca de 20% das empresas entrevistadas pelo IBGE durante a pesquisa. As razões para a adoção, de acordo com o estudo, são decorrentes principalmente dos elevados custos ou da reputação das organizações.

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O número é ainda menor quando se analisa as companhias que, por meio das medidas adotadas, reduziram o impacto ambiental que sua atividade causa. No Estado, o maior impacto positivo foi atingido por meio da reciclagem de resíduos, águas residuais ou outros materiais: 62 empresas foram classificadas como responsáveis por alto impacto ambiental através desse tipo de ação.

No total, menos de 10% das empresas do Estado contribuíram para a redução dos danos ambientais. O gerente da Pintec, Flávio José Marques Peixoto, explica que essa estatística pode ser um reflexo da baixa industrialização do Estado, quando comparado a outras federações.

Em nota enviada ao O POVO, Renato Aragão, gerente do Núcleo de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), afirmou que as inovações ambientais são “de suma importância” para a conquista conquista de uma economia ambientalmente sustentável. Ele apontou que a Federação, por meio do seu Núcleo de Meio Ambiente, sempre busca demonstrar ao setor como a preocupação com essa área é importante para o sucesso.

“Tendo em vista a conjuntura atual, que cada vez mais se cobra uma postura ambientalmente adequada das empresas, por meio de uma série de leis, regulamentações e diretrizes, a inovação tecnológica voltada para as questões ambientais que perpassam todo um sistema de produção, será, com toda certeza, um diferencial competitivo para aqueles que a buscarem”, destaca.

Para isso, a Fiec repassa as informações por meio de palestras, oficinas, cursos ou apresentações no Conselho Temático de Meio Ambiente. A Federação ainda promove a entrega do Prêmio FIEC por Desempenho Ambiental, o qual tem como objetivo reconhecer empresas industriais que tenham se destacado na conservação do meio ambiente e implementado ações que resultaram na melhoria da qualidade ambiental

Empresas maiores são mais sustentáveis, aponta estudo

Falta de políticas públicas é obstáculo para empresas menores adotarem medidas ambientais.
Falta de políticas públicas é obstáculo para empresas menores adotarem medidas ambientais. (Foto: Reprodução/IBGE)

Nacionalmente, quatro a cada 10 empresas inovadoras apontaram ter tido algum impacto positivo no meio ambiente a partir das medidas tomadas. De acordo com análise do IBGE, o tamanho das empresas representa um fator determinante para os tipos de atividades inovadoras por elas desenvolvidas. Notou-se que as grandes empresas representam proporcionalmente a maior fatia de companhias que implementam ações inovadoras.

Marques Peixoto pondera que no caso de empresas maiores, há mais estrutura física e de pessoal para realizar essas atividades. “Por exemplo, o reaproveitamento de água requer uma estrutura para captar e tratar a água já utilizada na empresa. O mesmo ocorre com o tratamento e reutilização de matérias-primas”, explicou.

O especialista defendeu que políticas públicas voltadas à inovação ambiental podem preencher a lacuna existente para empresas menores. Ele destaca que os resultados da pesquisa apontam que apoio governamental é um dos fatores menos expressivos para que medidas sustentáveis sejam adotadas pelas empresas.

Energia renovável

Somente 28 empresas de um universo de mais de três mil produzem energia renovável no Ceará. No início desse ano, no entanto, houve avanço significativo para o setor. Com os projetos eólicos, solares e linhões de infraestrutura, frutos de leilões realizados em anos anteriores, devem ser aplicados R$ 7,9 bilhões, incluindo o mercado livre.

Na ocasião, conforme O POVO noticiou, alguns projetos já entraram em andamento neste início de ano e outros têm prazo de execução até 2024. De acordo com Jurandir Picanço, presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis, dentre os municípios beneficiados estão Fortim, Milagres, Limoeiro do Norte, Caucaia, Lavras e Trairi.

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