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Varejo empregou 293,7 mil pessoas no Ceará em 2018

Informativo, divulgado nesta sexta, 26, apresenta os principais resultados das empresas comerciais brasileiras em 2018
10:55 | Jun. 26, 2020
Autor Redação O POVO
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No Ceará, o segmento varejista aparece como destaque em relação às atividades comerciais do Estado em 2018, empregando, naquele ano, 293,7 mil pessoas. Os dados são da Pesquisa Anual do Comércio (PCA-2018) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta, 26. Ao todo, naquele ano, as empresas comerciais obtiveram uma receita bruta de R$ 92 bilhões. Destes,  58,2%, foi no comércio varejista.

De acordo com Helder Rocha, Supervisor da Disseminação das Pesquisas do órgão, o varejo aparece como destaque "por apresentar nas variáveis (receita bruta, pessoal ocupado, margem de comercialização, unidades locais) investigadas na Pesquisa, valores superiores aos outros dois segmentos)". Foram R$ 53,6 bilhões em faturamento, além de mais de R$ 5,2 bilhões em pagamento de salários,retiradas e outras remunerações. O Estado tem 53,8 mil unidades locais com receita de revenda.

Em 2018, o comércio de veículos, peças e motocicletas movimentou no Ceará R$ 9,2 bilhões e o comércio por atacado R$ 29,3 bilhões.

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Nacionalmente, a atividade comercial no ano de 2018 no Brasil obteve R$ 3,7 trilhões de receita operacional líquida e setor empregou 10,2 milhões de pessoas. De acordo com o IBGE, que realiza essa pesquisa desde 1996, a atividade comercial exerce relevante função de intermediação na economia entre provedores e consumidores de bens, facilitando as transações econômicas. "Em termos gerais, o setor normalmente é associado a características como: reduzidas barreiras à entrada e saída do mercado; menor concentração de mercado com baixa produtividade; alta rotatividade no mercado de trabalho; e forte dependência das condições favoráveis de demanda (interna e externa)", aponta o documento.

Setorialmente, a atividade comercial pode ser desagregada em 22 subgrupos, sendo três deles pertencentes ao segmento de comércio de veículos, peças e motocicletas; 10, ao de comércio por atacado; e nove, ao de comércio varejista. "O Ceará é o terceiro da Região Nordeste em participação da receita bruta. Sua participação é importante, pois gera emprego e renda", afirma o supervisor.

Alexsandre Lira Cavalcante, analista do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) ressaltou que o Ceará é um estado que concentra 76% de suas ativisades em serviços, com destaque para o comércio, o que pode explicar resultado da PCA. "No Valor Adicional do estado (uma espécie de PIB), comércio é a segunda participação econômica, perdendo apenas para administração pública. "Principal explicação para atividade do comércio ter destaque dentro do estado é essa elevada concentração da atividade produtiva.", explica Alexsandre.

Analista também ressaltou o caráter estrutural da pesquisa do Ibge. "Ela tenta passar uma visão de longo prazo. Tenta mostrar grandes mudanças ocorridas naquele setor", acrescenta. Essa pesquisa também busca mostrar o impacto de políticas de longo prazo no estado, assim como crises e quebras estruturais.

Mesmo que o Ibge não leve em consideração para a pesquisa as atividades informais de comércio no Ceará, o analista do Ipece conta que elas também contribuem para a receita do estado. "A área de vendas é forte no estado talvez por uma questão histórica. Ceará é um estado com elevado contingente de pessoas. Em rstados com menor população, a atividade comercial não é tão forte", conta Cavalcante. Outras questões como mão de obra também fazem com que Ceará esteja nessa posição. De acordo com Lira, como o Ceará ainda apresenta baixa escolarização de pessoas, atividades que não exigem qualificação acabam captando grande número de trabalhadores.

Sobre as atividades

Conforme a pesquisa, entre as atividades com maiores ganhos de participação, destaca-se o segmento de hipermercados e supermercados. O setor também respondeu pela maior fatia da receita operacional líquida em 2018 (13,2%), deslocando o segmento de comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes para a segunda posição no ranking de receita líquida.

O comércio de veículos, peças e motocicletas recuou sua participação em todo o emprego gerado no comércio entre 2009 e 2018. O agrupamento de comércio de peças para veículos destacou-se por absorver 62,3% do pessoal ocupado desse segmento, avançando em 10 anos.

O setor atacadista, por sua vez, reduziu a sua participação no total do comércio entre 2009 e 2018, reflexo da queda na atividade de comércio por atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, maior empregadora do atacado, correspondendo a 23,4% do emprego do setor em 2018. Por outro lado, o agrupamento correspondente ao comércio por atacado de matérias-primas agrícolas e animais vivos foi o que mais cresceu no período.

Atividade comercial manteve estabilidade

Ainda em 2018, atividade comercial manteve sua estabilidade, empregando, em média, 7 pessoas por empresa. Em 2009 a média era de 6 pessoas. Os hipermercados e supermercados, por exemplo, incrementaram sua ocupação média de 82 para 99 pessoas por empresa nos últimos 10 anos, tendo sido a única atividade a aumentar significativamente o tamanho médio de suas empresas no período.

As maiores reduções, por sua vez, ocorreram no comércio atacadista: as empresas que representam o comércio por atacado de máquinas, aparelhos e equipamentos, inclusive TI (Tecnologia da Informação) e comunicação, reduziram seu porte médio em 3 pessoas por empresa, enquanto aquelas do comércio por atacado de mercadorias em geral encolheram em 11 pessoas por empresa.

Salário

Outro indicador relevante divulgado na PCA é o salário médio mensal, calculado em termos de salários mínimos vigentes em cada ano. Em 2018, as empresas comerciais pagaram, em média, R$ 1,9 mil, indicando certa estabilidade em relação a 2009 (R$ 1,8 mil), embora tenha havido variações substanciais quando analisados os diversos grupos de atividades.

No comércio de veículos, peças e motocicletas, pagou-se, em média, R$ 2 mil, o que demonstra relativa estabilidade na comparação com 2009 (R$ 2,1 mil). Destaca-se a redução na remuneração média mensal no segmento do comércio de veículos automotores, que passou de R$ 3,2 mil em 2009, para R$ 2,8 mil em 2018.

No setor comercial atacadista, o salário médio mensal foi de R$ 2,8 mil em 2018, também demonstrando certa estabilidade em relação a 2009 (R$ 2,9 mil). As maiores reduções nesse período ocorreram nas seguintes atividades: comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes, que passou de R$ 7,5 mil para R$ 5,8 mil; comércio por atacado de máquinas, aparelhos e equipamentos, inclusive TI e comunicação, com diminuição de R$ 4,7 mil para R$ 4,1 mil; e representantes e agentes do comércio, com queda de R$ 1,5 mil para R$ 1,2 mil.

O segmento varejista, cuja remuneração média é tradicionalmente mais baixa, permaneceu estável, pagando cerca de R$ 1,6 mil, ante uma remuneração de R$ 1,5 mil em 2009. Isso ocorreu mesmo diante da expansão do porte dessas empresas no período analisado.

Vale destacar que os salários nesse mercado são determinados tanto por componentes fixos quanto variáveis (comissões sobre as vendas, por exemplo), e são negociados por convenções coletivas de trabalho estabelecidas junto às entidades dos empregados no comércio, o que explica a relativa similaridade entre os seus componentes.

Varejo tem mais da metade da margem do comércio

A margem do comércio, definida pela diferença entre a receita líquida de revenda e o custo de mercadorias vendidas, foi de R$ 817,5 bilhões em 2018. Desse total, o varejo foi responsável por 56,1%, o atacado por 36,5% e o comércio de veículos, peças e motocicletas por 7,4%.

Dividindo-se a margem pelo custo de mercadorias vendidas, obtém-se a taxa de margem de comercialização, que indica o quanto, em termos relativos, determinado setor é capaz de definir sua receita líquida de vendas acima dos seus custos com aquisição de mercadorias para revenda e variação de estoques. Entre 2009 e 2018, a taxa de margem do varejo subiu de 35,5% para 37,6% e a do comércio de veículos, peças e motocicletas de 18,2% para 22,4%, enquanto a do atacado ficou praticamente estável em 23,0%.

Entre as 22 atividades que compõem o comércio, o segmento varejista de tecidos, vestuário, calçados e armarinho continuou em primeiro lugar no ranking com a maior taxa de margem tanto em 2018 (86%), maior crescimento desse indicador desde 2009 (72,2%). Já o comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes permaneceu na última posição, com a menor taxa de margem (6,9%).

Destacam-se também as variações no comércio varejista de informática, comunicação e artigos de uso doméstico (55,4%), com uma ampliação de 7,8 p.p. no período; e no comércio por atacado de madeira, ferragens, ferramentas, materiais elétricos e material de construção (44,4%), que apresentou 9,2 p.p. de aumento.

Dados gerais: Brasil tem 1,5 milhão de empresas comerciais gerando receita de R$ 3,7 trilhões

De acordo com IBGE, entre 2009 e 2018, o pessoal ocupado em atividades comerciais aumentou 19,7%, passando de 8,5 milhões para 10,2 milhões. O número de empresas comerciais cresceu 5,2%, indo de 1,4 milhão para 1,5 milhão. Já a quantidade de unidades locais (lojas) subiu de 1,5 milhão para 1,7 milhão em dez anos. Em relação a 2017, o número de empregados no setor subiu 0,3% (ou 28,8 mil). Por outro lado, caíram a quantidade de empresas (2,2%, ou 34, 2 mil) e unidades locais (1,2% ou 19,8 mil).

Em dez anos, a média de pessoas ocupadas no comércio passou de seis para sete por empresa, no período. No varejo, que em 2018 ocupava 74,5% dos trabalhadores do comércio no Brasil, essa média passou de seis para sete pessoas empregadas por empresa, enquanto o atacado foi de nove para oito e o comércio de veículos e peças manteve-se em seis pessoas. A única atividade em que esse número aumentou de forma significativa foi a de hipermercados e supermercados, que passou de 82 para 99 pessoas ocupadas.

Em 2018, a atividade comercial no país gerou R$ 3,7 trilhões de receita operacional líquida (receita bruta menos as deduções, tais como cancelamentos, descontos e impostos) e R$ 613,5 bilhões de valor adicionado bruto. O setor pagou R$ 237,4 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, mantendo a estabilidade da remuneração média das pessoas empregadas em empresas comerciais, que foi de 1,8 salário mínimo em 2009 e 1,9 em 2018.

Entre as grandes regiões, o Sudeste foi responsável pela maior parcela da receita bruta de revenda, do número de unidades locais, do pessoal ocupado e dos salários, retiradas e outras remunerações. A região Sul aparece na segunda posição, seguida por Nordeste, Centro-Oeste e Norte. As posições se mantiveram inalteradas no período, mas houve um movimento de desconcentração regional, com perda de participação do Sudeste e ganho do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.


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