Vendas em postos de combustíveis do Ceará recuam até 80%
Queda do consumo de gasolina também já impacta em demissões de funcionários dos postos de gasolinaA pandemia de coronavírus já infectou mais de 26 mil pessoas no Ceará e, em decorrência da proliferação da doença, o Governo do Estado decretou o endurecimento das medidas restritivas, para tentar diminuir a taxa de contaminação entre os cearenses. Com parte da população confinada em suas casas, o consumo de gasolina caiu drasticamente. Foi apurado pelo O POVO que as vendas dos postos de combustíveis reduziram em até 80%, desde o início das medidas de isolamento.
Em virtude do baixo consumo de gasolina, o preço do combustível está em queda desde o início da pandemia de coronavírus. Tanto que, atualmente, o litro pode ser encontrado por R$ 3,86 em postos da Capital, segundo levamento semanal de preços da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Cerca de um mês atrás, era possível observar o litro sendo vendido por R$ 4,19.
Segundo o assessor econômico do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindispostos-CE), Antônio José Costa, os postos que estão conseguindo manter um bom volume de vendas registram uma redução de faturamento 50% menor, em relação ao período antes do anúncio das medidas de confinamento. Ele ainda informa que nenhum posto está conseguindo vender mais que a metade da quantidade vendida nos dois primeiros meses do ano (janeiro e fevereiro).
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Com a redução do consumo de gasolina, já começam a surgir as demissões de funcionários nos postos de combustíveis, como destaca Antônio José Costa. "Tem postos que já demitiram 30% dos contratados. No começo, os estabelecimentos ainda seguraram os funcionários, fazendo acordo para conceder o período de férias. Mas, agora, isso já está sendo possível".
Apesar das demissões de funcionários, ainda não houve o registro de estabelecimento que encerraram suas atividades. "Até agora, tem empresários ameaçando fechar as portas, entretanto, ainda não temos notícias de postos de gasolina que realmente concretizaram o fechamento", afirma Antônio José Costa.
Segundo o consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, cenário para o setor de combustíveis só deve melhorar com a flexibilização das medidas restritivas. Afinal, com o retorno gradual das atividades não essenciais, as pessoas terão a liberdade de retomar suas rotinas, tomando as devidas precauções sanitárias, e precisarão abastecer seus veículos para se locomover entre um local e outro.
"Com o isolamento social, as pessoas estão permanecendo em suas casas. Quando houver uma abertura, a retomada do consumo irá ocorrer paulatinamente. Pelas análises de consumo, nada deve mudar até junho. Com retorno das atividades não essenciais, certamente o consumo irá retomar aos níveis observados anteriormente. A única exceção de crescimento deste momento é o gás de cozinha, que aumentou o consumo em cerca de 2%, muito por conta das pessoas estarem em casa.", afirma Bruno Iughetti.
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