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"A indústria está sendo duramente penalizada", diz presidente da Fiec

Sucessor de Beto Studart à frente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, Ricardo Cavalcante tem missão de mediar interesses dos empresários industriais e buscar soluções para os impactos econômicos gerados pelo novo coronavírus
16:57 | Abr. 02, 2020
Autor Carlos Holanda
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Carlos Holanda Repórter
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Tipo Notícia

Há 28 anos na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), nove deles na cúpula, como diretor da entidade, Ricardo Cavalcante ocupa o cargo máximo desde o ano passado por indicação do antecessor dele, Beto Studart. O primeiro ano à frente da instituição foi, também, o primeiro de Jair Bolsonaro como presidente da República. Agora, como um dos líderes do setor produtivo, tem a missão de animar o empresariado cearense em meio à crise do novo coronavírus. Ao O POVO em 16/04/2019 elogiou o amigo Studart neste sentido: "Essa gestão do Beto foi coroada, porque, nesse momento do País, conseguimos deixar o empresariado animado." Confira os principais trechos da conversa:

O POVO - A MP do presidente Jair Bolsonaro que permite corte de salários e redução de jornada de trabalho dá fôlego ao setor produtivo em meio à crise? Como interpreta o anúncio do Governo?

Ricardo Cavalcante - As medidas ajudam de forma mais efetiva os pequenos negócios, para os médios e grandes é uma ajuda relativa com o financiamento parcial dos benefícios concedidos. O fôlego maior para o setor produtivo ocorrerá quando as empresas conseguirem acessar as linhas de crédito anunciadas e quando os prazos de recolhimento dos impostos forem postergados e parcelados. A drástica redução da atividade econômica provocou uma falta de recursos para o capital de giro das organizações e as medidas existente ainda são insuficientes!

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O POVO - O quão complicado é para o senhor, presidente de uma federação importante como a Fiec, animar o empresariado neste momento de crise?

Ricardo Cavalcante - O momento não requer que estejamos animando as pessoas. Mas sim, mantendo-as bem informadas sobre a evolução do problema, a projeção de cenários e o andamento das negociações que vêm sendo empreendidas pelas organizações representativas junto aos poderes estabelecidos. E é isto que estamos fazendo cotidianamente na Federação, comunicando-lhes claramente tudo o que fazemos. Temos uma classe empresarial consciente do seu papel, sabedora do seu compromisso social e da sua responsabilidade com o desenvolvimento econômico do nosso estado.

O POVO: Não há riscos de precarização das relações de trabalho?

Ricardo Cavalcante: Precisamos tomar todas as medidas para evitar ao máximo o desemprego em massa, a flexibilização das relações trabalhistas é uma necessária adequação das regras ao momento de crise. O mundo do trabalho mudou e as relações trabalhistas precisam contribuir para a melhoria no ambiente de negócios.

O POVO: Que projeção o senhor faz para a indústria neste ano diante da pandemia?

Ricardo Cavalcante: A indústria está sendo duramente penalizada, tanto com a interrupção das atividades de parte dos setores, como pela redução da atividade econômica, que praticamente zera a sua carteira de pedidos futuros, excetuando alguns segmentos específicos como os de alimentação e fornecimento para a saúde. O setor industrial, no entanto, está contribuindo efetivamente com a sociedade e o setor público no combate ao coronavírus e sedimentando fortes bases para a necessária retomada da economia no pós-crise.

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