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Cresce número de trabalhadores que ganham no máximo um salário mínimo

Entre o terceiro trimestre de 2014, início da recessão, e o mesmo período do ano passado, meio milhão de trabalhadores passaram a ganhar o mínimo
13:46 | Fev. 03, 2020
Autor O POVO
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Com a retomada lenta do emprego, que vem sobretudo por meio de vagas de baixa remuneração, e o número ainda expressivo de desempregados, o salário mínimo se tornou praticamente um teto para muitos trabalhadores. Entre o terceiro trimestre de 2014, início da recessão, e o mesmo período do ano passado, meio milhão de trabalhadores passaram a ganhar o mínimo. Quando se compara o ano passado com 2015, no auge da crise, essa diferença chega a 1,8 milhão de pessoas, mostra reportagem da edição desta segunda-feira, 3, do jornal O Estado de S. Paulo.


No trimestre encerrado em setembro do ano passado, eram 27,3 milhões recebendo até um salário, um terço do total de trabalhadores do País. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, compilados pela consultoria Idados.


Eles mostram que muito desse aumento ocorreu pela explosão da informalidade. Sem a estrutura que os empregos com carteira assinada oferecem, os informais são expostos a condições piores e à baixa remuneração. No terceiro trimestre de 2019, eram 20,9 milhões de informais ganhando até R$ 998 por mês -- ante 6,2 milhões de trabalhadores com carteira assinada que tinham essa remuneração no mesmo período.

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A partir de fevereiro, o mínimo passa a ser de R$ 1.045. O novo piso, porém, é insuficiente para as despesas básicas do trabalhador, de acordo com especialistas.


"O aumento da informalidade realmente levou mais trabalhadores no mercado a ganhar menos. As pessoas perderam a proteção que o mínimo representa e, por sobrevivência, aceitaram qualquer oportunidade", avalia Ana Tereza Pires, pesquisadora da IDados. Além disso, a diferença salarial entre demitidos e admitidos aumentou nos últimos meses do ano passado, o que aponta que o aquecimento do mercado ainda não recuperou o vigor de antes.


Ela lembra que a crise também fez crescer o número de trabalhadores com mais anos de estudo que caíram na informalidade ou aceitaram uma remuneração menor no mercado formal. 

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