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Programa do Fórum Econômico Mundial quer impulsionar indústria 4.0 no País

O Fórum Econômico Mundial quer disseminar a indústria 4.0 no Brasil. Em parceria com o Ministério da Economia, do governo federal, e com o governo estadual de São Paulo, a organização anunciou nesta quinta-feira, 7, um projeto piloto para impulsionar a Quarta Revolução Industrial nas pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras. A inauguração está planejada para ocorrer em maio de 2020, quando a capital paulista sediará o Fórum Econômico Mundial para a América Latina.
A difusão da Internet das Coisas (de dispositivos inteligentes) no maquinário industrial brasileiro será o foco principal. O objetivo é que diferentes setores, como governos, iniciativa privada, universidades e sociedade civil, colaborem na formulação de soluções e políticas de incentivo industrial. A organização internacional oferecerá suporte financeiro, capacitação de funcionários e colaboração com outras companhias. O projeto irá iniciar com 130 empresas e, até 2021, o número deverá saltar para 2 mil.
O Fórum possui iniciativas similares em países como Estados Unidos, China, Japão, Índia, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Israel, África do Sul e Arábia Saudita. Todos têm como objetivo fomentar a criação de protocolos para tecnologias de rápido desenvolvimento, como veículos autônomos, drones, blockchain.
O Brasil será o único a receber um enfoque nas PMEs, que correspondem a 98,5% das companhias do País, e 90% no mundo, segundo dados do Banco Mundial. Justamente por isso, é importante fazer com que as pequenas companhias não sejam esquecidas.
"Se elas forem deixadas para trás, existem consequências no emprego e no crescimento econômico de um país", afirma ao jornal O Estado de S. Paulo Morat Sönmez, diretor do Centro para a Quarta Revolução Industrial, uma rede com 27 países criada em 2017 pelo Fórum Econômico Mundial.
Indústria 4.0 é a mais recente etapa do processo de industrialização do planeta e abrange a automação e digitalização de atividades das empresas, como o uso de robótica, inteligência artificial e Big Data na produção. Alemanha, China, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul lideram a corrida mundial e fazem investimentos na ordem de bilhões de dólares para aumentar a produtividade e eficiência industrial. Até 2020, devem ser gastos quase 1 trilhão de dólares, de acordo com a Deloitte.
No Brasil, no entanto, o conceito é pouco difundido. Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) de março de 2018 aponta que 32% das empresas brasileiras não sabem o que significa indústria 4.0. Além disso, 23% afirmaram que não estão preparadas para enfrentar os desafios postos pela digitalização. O estudo conclui que é possível que o País diminua a sua desvantagem em relação aos outros países ao adotar uma política pública nacional para o setor. Do contrário, pode ser que exista um agravamento dessa distância.
A Embraer é um case de sucesso nacional ao utilizar automação na linha de montagem, que agora é toda digitalizada, sem uso de protótipos, e com monitoramento em tempo real do chão de fábrica. Consequentemente, há uma redução de 25% do tempo de produção da aeronave e, portanto, ganho na eficiência. Sönmez, no entanto, destaca que as empresas grandes não terão dificuldades: "Elas têm o dinheiro e o talento".
"Se não nos movermos rápido, ficaremos ainda mais para trás", afirma o diretor do Fórum, apontando que as tecnologias mudam de um dia para o outro. "O governo demora muito tempo para decidir, mas nós não temos mais esse luxo com a Quarta Revolução Industrial."

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