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Hotéis amargam falta de alimentos e cancelamento de reservas para o feriadão

Projeção da ABIH-CE é que a taxa de ocupação na rede hoteleira na Capital fique abaixo de 50%
12:39 | Mai. 30, 2018
Autor Raone Saraiva
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Raone Saraiva Editor-executivo de Economia
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Tipo Notícia
[FOTO1]Com a falta de alguns alimentos por conta da greve dos caminhoneiros no Brasil, hotéis de Fortaleza estão sendo obrigados a adaptar seus cardápios para atender à demanda dos hóspedes, principalmente no café na manhã. A paralisação também está sendo responsável pelo cancelamento das reservas para o feriadão de Corpus Christi.
 
Nos últimos dias,  com a crise nas estradas, o número de turistas que ligam para os estabelecimentos para cancelar hospedagens vem sendo considerável. O problema deve permanecer até esta quinta-feira, 31, afirma o presidente da Associação da Indústria Brasileira de Hotéis no Ceará (ABIH-CE), Eliseu Barros. 

Em igual período do ano passado, a taxa de ocupação nos hotéis da Capital foi de 62%. Para este feriadão, a expectativa dos empresários era que 52% dos leitos ficassem ocupados. Agora, a projeção da ABIH-CE é taxa abaixo de 50%. As reservas estão sendo canceladas tanto por turistas que chegariam a Fortaleza de avião, considerando a escassez de combustível em grande parte dos aeroportos do País, quanto pelos visitantes que viriam de carro de outros estados e do Interior cearense, por rodovias.

"Além de turistas das regiões Norte e Sudeste, muita gente de estados como Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco já cancelou suas reservas. As famílias estão apreensivas em viajar e ficar presas nas estradas, com os bloqueios. Ainda há o problema da falta de combustível nos postos. Estamos vivendo um problema que saiu do controle. Para piorar a situação, os petroleiros estão fazendo paralisação. Os prejuízos para os hotéis do Ceará são de milhões de reais", afirma Eliseu. 

O presidente da ABIH-CE diz que, apesar da falta de alguns alimentos nos restaurantes dos hotéis, o abastecimento está garantido para o feriadão. "Não temos batata-inglesa, laranja, banana e folhas, por exemplo. Mas estamos adaptando os cardápios", observa.  

O gerente-geral do Gran Marquise Hotel Fortaleza, Philippe Godefroit, informa que os cancelamentos de reservas feitos nos últimos quatro dias já somam prejuízo de mais de R$ 60 mil para o empreendimento. Ele avalia a situação como um "banho de água fria" na expectativa do setor hoteleiro da Capital para o Corpus Christi. 

"Certamente, a taxa de ocupação vai ficar bem abaixo de 50%. Aqui, no hotel, já está faltando laranja, banana, água de coco e o frango está acabando. Mas estamos buscando alternativas", diz.

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