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Confira como a inflação vai atuar no bolso do consumidor

Com reajustes de salário, baixa no setor de alimentos e queda de juros, é preciso entender a influência da inflação nas contas dos trabalhadores
12:14 | Jan. 11, 2018
Autor Alexia Vieira
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Tipo Notícia

A inflação de 2017 foi anunciada nessa quarta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de 2,95% mostra que houve uma baixa geral dos preços, comparando com o ano anterior. Isso influencia diretamente nas contas do consumidor e na  economia do País. O POVO Online conversou com o economista Eldair Melo para entender os efeitos do recuo desse índice.

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Poder de compra
A inflação é alta quando acontece um aumento generalizado dos preços dos produtos. Quando ocorre uma diminuição desse índice, quer dizer que os produtos estão mais baratos, no geral. Mesmo assim, é possível que o consumidor não sinta que o seu poder de compra tem a força que tinha antes da crise econômica dos últimos anos.

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Segundo o economista, o resultado é uma “baixa de preços altos”, o que não implica em uma baixa dos preços para o valor antigo. Por exemplo, um produto que custava R$ 16, hoje poderá valer R$ 14. Entretanto, em comparação com o preço anterior à crise, de R$ 12, o produto ainda continua com o valor elevado. Pode demorar um pouco para que a queda na inflação seja transformada em uma folga significativa no bolso do consumidor.


Alimentação
O setor alimentício foi um dos principais responsáveis pela baixa na inflação. Com queda acumulada de 1,87%, é possível sentir a diminuição nos preços, principalmente das frutas. Redução em um gasto diário é proveitoso para o consumidor, já que esse dinheiro poderá ser investido em outros setores, como o de roupas, habitação e lazer. Esses setores não tiveram recuo, portanto é necessário se programar para conseguir administrar os altos gastos.


Juros
Quando a inflação estava muito alta, como em 2015, o Banco Central tomou a decisão de aumentar a taxa de juros Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) para 14,25%. Isso foi necessário porque taxas altas de juros desestimulam o consumo, fazendo com que os consumidores façam menos dívidas.


Agora, com a baixa na inflação e a necessidade de movimentar a economia, os juros sofreram uma queda. A taxa de 7,5% estimula que pessoas tomem crédito para fazer compras maiores, como de casas e automóveis.


Reajuste do salário mínimo
O aumento no salário mínimo de 2018 foi de 1,81%, o que corresponde a de R$ 17. Esse valor está abaixo da inflação do País. De acordo com a regra, o salário mínimo deve ser reajustado levando em conta a inflação do ano anterior e a variação do PIB de dois anos antes. Entretanto, o cálculo do mínimo de 2018 não levou em conta o PIB, devido à retração que a economia teve em 2016.  Na prática, esse descumprimento da regra implica em um menor poder de compra para o trabalhador. É o segundo ano consecutivo que o acréscimo fica abaixo da alta de preços. 

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