IPOs podem voltar a acontecer no fim do ano
O acúmulo de empresas para acessar o mercado de capitais ocorreu devido à ausência de janelas para abertura de capital, diante da anemia da economia brasileira, cenário agravado pela crise política sem precedentes. Agora, a expectativa é de melhoria da confiança, que deve ganhar mais tração com a efetivação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
"O governo precisa fazer caixa, haverá privatizações e a expectativa é muito grande. Há chance de haver algum IPO nesse final de ano, mas a certeza é para o ano que vem, com a consolidação das reformas que levará a uma retomada da confiança dos investidores", afirma Edemir, lembrando que os estrangeiros são os compradores de grande parte das ações das ofertas realizadas por aqui.
Até o início de agosto, as expectativas estavam voltadas para a possibilidade de vir a mercado a oferta bilionária do IRB Brasil Re. No entanto, os acionistas do ressegurador, dentre eles bancos privados e o governo, não chegaram em um consenso sobre o preço no âmbito da oferta e decidiram deixá-la para o ano que vem, na expectativa de melhora nas condições do mercado e de conseguirem, assim, um valor mais elevado para a empresa.
Um dos pilares para o início da recuperação das expectativas do mercado, segundo o presidente da Bolsa, foi a chegada da nova equipe econômica, chefiada por Henrique Meirelles. "A expectativa em reformas é muito grande. A nova equipe econômica é medalha de ouro", brincou Edemir. Um dos integrantes da equipe econômica é o ex-diretor executivo de Produtos da Bolsa, Eduardo Guardia, que assumiu em junho a secretaria executiva da Fazenda. "O mercado de capitais será uma grande alavanca para o crescimento brasileiro", destaca Edemir.
Mais follow ONS
Depois de duas ofertas subsequentes (follow ons) de sucesso em um período de apenas duas semanas, a Bolsa brasileira deverá, ainda neste ano, ser palco de novas captações de companhias já listadas, na esteira do início da melhora do humor em relação ao Brasil, apurou o Broadcast. Os principais setores candidatos, conforme fontes de mercado, são energia, infraestrutura, shoppings e saúde. Após essas ofertas, a projeção é de que o mercado se abra, finalmente, para os IPOs.
As expectativas giram em torno das privatizações que devem levar mais empresas para a Bolsa, na esteira da necessidade do governo de levantar recursos para diminuir o rombo fiscal das contas públicas. Além do IRB, outra companhia com participação estatal que planeja sua abertura de capital é a Caixa Seguridade, processo que deve também ficar para 2017.
O último IPO na Bolsa brasileira foi a da Par Corretora, em junho do ano passado, a única oferta inicial de 2015. Em 2014, o mercado foi palco também de uma única oferta, a da companhia do setor veterinário Ourofino. Ao longo desse período, o movimento que se intensificou foi a saída de companhias da Bolsa, como a do grupo de eletrodomésticos Whirlpool - dono das marcas Brastemp e Consul -, que anunciou sua saída da Bolsa mês passado.
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