Expansão do gasto público tem ajudado comércio, avalia CNC
Pelas projeções, a dívida vai saltar de 75,6% do PIB ao final deste ano para 90,7% em 2021 - patamar considerado insustentável para uma economia com as características da brasileira. Em 2015, a dívida fechou em 66,5% do PIB e há três anos, em 2013, estava em 51,7%.
Apesar do quadro de incerteza fiscal, Thadeu de Freitas afirmou que o governo faz certo ao não tentar controlar as despesas no curto prazo na "boca do caixa" do Tesouro Nacional. "Não adianta ser Dom Quixote no curto prazo e não liberar recursos, se o governo não está fazendo reformas estruturais", afirmou ele, destacando que não há ajuste sem reformas para segurar as despesas obrigatórias.
Segundo Carlos Thadeu, o quadro de expansão fiscal não é ideal, mas tem ajudado a movimentar a economia no curto prazo. O certo, ressaltou, seria um cenário de contração fiscal com expansão da política monetária. O risco de não liberar os recursos orçamentários, porém, seria o de aprofundamento da recessão econômica, advertiu. "Não sou favorável à expansão fiscal no curto prazo, mas não tem alternativa", ponderou. Ele acrescentou, no entanto, que o governo Michel Temer poderia ter segurado o aumento das despesas que estão sendo prometidas, como os reajustes salariais dos servidores.
Para ele, o cenário para 2017 continuará sendo o de expansão fiscal, o que traz maior dificuldade para o Banco Central, que se comprometeu a levar a inflação para o centro da meta de 4,5% no ano que vem e tem "vociferado" a necessidade do ajuste fiscal para o combate da alta do preços. "O mercado vai exigir tudo: brinco, cabelo, roupa...", disse sobre o comportamento dos agentes econômicos após a votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Na sua avaliação, o governo deveria ter proposto o teto para o gasto com correção da inflação de 4,5%, que é o centro da meta. "Não chamaram o BC para a reunião em que decidiram a PEC do gasto", ironizou. Em 2017, o teto do gasto não terá efeito para o controle dos gastos e dará mais trabalho ao BC, já que a inflação que corrigirá as despesas será mais elevada de 2016 ( entre 7% e 7,5%), enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) promete o IPCA em 4,5%.
O economista-chefe da CNC avalia ainda que, se o governo elevar a Cide-Combustível, vai "explodir" a estratégia do BC de colocar a inflação no centro da meta em 2017.
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