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Para o Pecém crescer saudável

01:30 | Jul. 30, 2016
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O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) tem uma grande importância para toda a economia do Estado. Hoje, já tem 18 empresas instaladas e oito em instalação. Nele, já trabalham diretamente 12 mil pessoas. Esse número pode ser multiplicado por três considerando as outras atividades e empregos indiretos. A infraestrutura da área para atender toda essa população ainda não estão definitivamente resolvida e merece muita atenção dos governos estadual e municipais - de Caucaia e São Gonçalo do Amarante - onde o CIPP está localizado. O presidente da Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Aecipp), Fernando Moura, e o empresário e investidor da região Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), Luciano Cavalcante Filho, falam sobre essas questões e sobre o planejamento urbano.

 

O POVO – Durante 20 anos o senhor trabalhou e acompanhou o desenvolvimento do Complexo de Camaçari na Bahia. Que diferenças o senhor vê na instalação daquele empreendimento e do Cipp?

Fernando Moura - A primeira é que em Camaçari nasceram 43 empresas de uma vez só. Todas elas gerando produtos umas para as outras. Foi uma explosão. Aqui o crescimento é mais gradual. Isso dá tempo para o planejamento urbanístico ir se adaptando, coisa que não aconteceu em Camaçari. Em Camaçari, se construiu uma cidade, mas as pessoas não se dispuseram a morar nela. Porque faltava infraestrutura. Hoje, Camaçari e Dias D´Ávila são duas cidades conurbadas com um complexo petroquímico no meio.

 

OP - O senhor acha que aqui o processo de ocupação no CIPP pode ser melhor que em Camaçari?

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Fernando - Acho que pode ser mais bem feita.

 

OP - Os governos estão se preocupando com isso?

Fernando - Essa é uma atribuição dos governos municipais. O governo de São Gonçalo do Amarante aprovou um novo plano diretor urbanístico há dois anos. Caucaia está elaborando este plano, consultando urbanistas locais. Nele devem contemplar não apenas a ocupação do espaço. Tem que abordar questões como segurança viária e densidade populacional.

 

OP - Um complexo como esse da Cidade Cauype ajuda na solução?

Fernando - Ajuda muito. Além de ele reduzir o desgaste das pessoas, reduz custos com transporte e até riscos trabalhistas porque facilita o deslocamento de casa para o trabalho. Um empreendimento como esse chega para dar o exemplo de como devem ser feitas as coisas. Fora do complexo, a uma distância razoável, com o planejamento de infraestrutura bem feito.

 

OP - O Complexo já tem as delimitações para saber até onde se pode construir?

Fernando - Não. O Governo determinou a poligonal (o traçado) e onde vai ficar o setor um, dois, três, quatro etc. No papel, está determinado. Na prática, não. Existem distritos antigos que estão dentro da área destinada às indústrias. Também existem loteamentos aprovados que estão dentro do complexo. O Governo do Estado, junto com as prefeituras, tem que resolver essas questões.


OP - A Luciano Cavalcante Imóveis lançou no final do ano passado o loteamento Cidade Cauype. Como é esse empreendimento?

Luciano Cavalcante Filho - A cidade Cauype é a antiga fazenda Coité, que era do senador José Macedo. Fica às margens do lagamar do Cauype e da CE-421. São 427 hectares (ha) onde fizemos uma cidade planejada, com projeto do ex-prefeito de Curitiba e professor Jaime Lerner e sua equipe. Está localizada a 6 Km do Porto do Pecém.

 

OP – Como está dividido o empreendimento?

Luciano - Geralmente nesses projetos aproveita até 55% da área urbanizada para a venda. E nós optamos por usar só 35%. Nós deixamos 20% para aumentar a área verde. Todas as áreas institucionais são divididas dentro do empreendimento e não ficam só num local. Numa cidade planejada a pessoa mora, trabalha próximo. A cidade foi planejada para 32 mil habitantes. Nessa primeira etapa lançada, são 800 lotes. Tem lotes unifamiliares, multifamiliares. Nos lotes multifamiliares, é possível a construção de até oito andares fica às margens da avenida principal com ciclovias etc.

 

OP - O que a imobiliária está vendendo?

Luciano - Por enquanto nós estamos vendendo o lote para a construção. Tem lotes grandes para colégios, tem lotes de 30 mil metros quadrados para shopping, tem lotes para universidades, hospitais, hotel.

 

OP - Então a pessoa pode comprar um lote para morar ou montar um negócio?

Luciano - Pode fazer posto de gasolina, armazém. Só não tem lote para indústria. Os lotes são principalmente para morar. O Deusmar (Queirós), da Pague Menos, disse que quando tiver umas 400 casas funcionando ele bota farmácia.


OP - A criação da cidade Cauype nasceu da constatação de que aquela área vai crescer muito com a instalação de mais indústrias no Cipp?

Luciano - Nós compramos essa área em 1995. Ou seja, a nossa visão não foi de agora. Já sabíamos que ia crescer. E esse terreno é o melhor do Pecém porque ele fica de frente para o lago do Cauype e para a CE.

 

OP - Como estão as vendas?

Luciano - Lançamos no final do ano e, das 800 unidades, já temos 30% vendido.

 

OP – Quantas etapas terá o empreendimento?

Luciano - Vamos ter mais quatro etapas. Elas serão lançadas de acordo com a necessidade. A infraestrutura é muito pesada. Nós estamos dando água, luz, asfalto, saneamento. Toda a infraestrutura. A gente está pensando em incluir cabos de fibra óptica.

 

OP - Qual o perfil de quem compra os lotes?

Luciano - São pessoas que trabalham no Complexo do Pecém e querem morar próximo ao trabalho e muitos investidores.

 

OP - E qual o valor da prestação de um lote?

Luciano - Varia entre R$ 250 e R$290, dependendo do tamanho do lote. Estamos vendendo em 180 meses. São lotes de 6x25 m². Na segunda etapa são lotes de 10x30 m2. Haverá apartamentos também. Somos especialistas em Urbanismo. Fizemos vários loteamentos , mas o principal e maior foi o Alphaville Fortaleza, no caminho do Porto das Dunas.

 

Frase

Nós compramos essa área em 1995. Já sabíamos que (a região) ia crescer. E esse terreno é o melhor do Pecém 

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