Concorrente quer ocupar espaço da Takata
Marcas concorrentes se preparam para assumir o vácuo que a hoje líder do mercado brasileiro de airbags pode deixar. Na linha de frente estão outras duas gigantes no ramo que já atuam no País, a Autoliv e a TRW. Além delas, a GDBR, subsidiária da japonesa Toyoda Gosei, com fábrica inaugurada em 2015 em Itapetininga (SP) conseguiu contrato para um novo carro da Honda, segundo fontes do mercado.
A Honda do Brasil informa que não utilizará mais insufladores de airbags da Takata em novos modelos, mas não revela nomes de fornecedores. A Fiat Chrysler anunciou lá fora que deixará de usar airbags Takata.
Outra fabricante da peça, a KSS - Key System Safety, grupo americano adquirido pela chinesa Ningbo Joyson, pode apressar plano de instalar fábrica no interior de São Paulo.
"Todas as montadoras estão renegociando contratos para novos produtos; se perdermos o projeto lá fora, perderemos também no Brasil", admite Airton Evangelista, presidente da Takata brasileira.
O insuflador (peça que apresenta o problema que levou ao recall) não é feito no Brasil. É importado pela Takata da Alemanha, México e China. Até agora, cerca de 80 milhões de carros passam por recall em todo o mundo. No Brasil são 2 milhões de veículos, a maioria da Honda e da Toyota, mas também foram feitas convocações por Fiat Chrysler, Mitsubishi, Nissan, Subaru, Volkswagen e Audi.
Segundo Evangelista, o grupo enfrenta situação bastante crítica e negocia aportes com fundos de investimento. "Já há grupos interessados em investir." Sem novo aporte, a Takata não conseguirá bancar os custos do recall, multas e indenizações previstas, valor projetado em US$ 10 bilhões. O grupo fatura cerca de US$ 6 bilhões por ano.
Cotações
Arnaldo Coronel, diretor comercial da Autoliv, diz que a empresa tem sido consultada mas, por enquanto, não fechou nenhum novo contrato. A fábrica de Taubaté (SP) produz cerca de 74 mil airbags por mês.
A TRW, fabricante do item em Limeira (SP) não comenta o tema, mas fontes dizem que ela tem feito cotações para diversas montadoras. A maioria das concorrentes da Takata, como TRW e Autoliv, está fornecendo insufladores para o atendimento do recall do chamado "airbag mortal", pois a empresa não dá conta de atender a demanda.
Elas utilizam nitrato de guanidina como indutor de abertura dos airbags, enquanto a Takata usa nitrato de amônio, apontado como responsável pela forte explosão que provoca o rompimento da peça metálica que envolve a bolsa inflável. Partes da peça são expelidas como navalhas e já causaram 14 mortes nos EUA e na Malásia e mais de 100 feridos, nenhum deles no Brasil. A Takata também vai substituir o amônio pela guanidina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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