BC vê melhora na economia, mas ainda não vê espaço para baixar juros
Os membros do Copom citaram no documento preocupações com "projeções do comitê para a inflação que se situam acima da meta em horizontes de 18 ou mais meses, sob as hipóteses do cenário de mercado". O cenário de mercado utiliza as trajetórias para Selic (a taxa básica de juros) e para a taxa de câmbio que constam da pesquisa realizada pelo Banco Central com analistas independentes.
Os diretores do Banco Central também citaram, no documento, considerando horizontes mais próximos, o aumento recente dos preços dos alimentos e a discrepância "de aproximadamente 0,5 p.p. entre as expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus e as projeções produzidas pelo Copom para o ano corrente".
"Em horizontes mais longos, os membros do Comitê debateram os impactos do nível de ociosidade na economia e da inflação corrente ainda elevada", informou a ata, chamando a atenção para o setor de serviços. "Em particular, destacaram as possíveis implicações dessa conjuntura para a sensibilidade da inflação, principalmente dos preços de serviços, ao nível de ociosidade da economia e para a dinâmica da inflação, notadamente o seu componente inercial." O documento afirma ainda que, diante da desaceleração da economia brasileira, "esperava-se uma queda maior da inflação".
No entanto, alguns membros chamaram a atenção, de acordo com a ata, para "a desinflação de serviços já observada". "Alguns membros do Comitê esperam que os efeitos desinflacionários do nível de ociosidade na economia ainda possam vir a se manifestar de maneira mais intensa", informou o documento.
Selic
Assim como constou no comunicado após a decisão do Copom na semana passada, a ata do encontro deixa claro que ainda não há espaço para corte da Selic, a taxa básica de juros da economia. No penúltimo parágrafo da ata, que trouxe um novo formato, o colegiado conclui que, "tomados em conjunto, o cenário básico e o atual balanço de riscos indicam não haver espaço para flexibilização da política monetária".
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