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BC deve utilizar as ferramentas monetárias para controlar inflação, avalia Isaac

11:40 | Jul. 05, 2016
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Tipo Notícia
O Banco Central vai perseguir a meta de inflação de 4,5% em 2017, "reconduzindo e coordenando, desde já, as expectativas de mercado para esse ponto", disse nesta terça-feira, 5, o procurador-geral do Banco Central, Isaac Sidney Menezes Ferreira, indicado para a diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania do BC. "O BC deve utilizar as ferramentas monetárias para manter a inflação baixa e estável", afirmou durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado.

Isaac disse também que o BC precisa manter o regime de câmbio flutuante e "usar as ferramentas cambiais com parcimônia para conter as disfunções do mercado". Isso deve ser feito, segundo o diretor indicado, sem prejuízo de reduzir exposições cambiais em determinados instrumentos "em ritmo compatível com o normal funcionamento do mercado, quando e se estiverem presentes as adequadas condições".

O reforço do tripé macroeconômico, com superávit primário, regime de metas de inflação e câmbio flutuante, também deve estar na mira do BC, afirmou Isaac. Essa defesa já havia sido feita por outros diretores indicados que estão sendo sabatinados conjuntamente.

Outras missões do Banco Central, de acordo com o indicado, são estabelecer comunicação contínua e simples com a sociedade, manter a robustez do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e aprimorar a eficiência do sistema bancário para reduzir o custo da intermediação financeira e elevar o nível de poupança no País. Para cumprir isso, será fundamental manter harmonia com outros atores e instituições que podem contribuir no processo de estabilização monetária e financeira.

Isaac destacou que aprendeu muito ao ajudar a prover segurança jurídica para a condução dos mandatos do Banco Central. "E segurança jurídica, afinal, é da essência da estabilidade monetária e financeira."

Comunicação

Isaac afirmou que é importante que a diretoria colegiada da autoridade monetária possa se comunicar com clareza com a sociedade. Ele afirmou ainda que a maior contribuição que BC pode dar para crescimento da economia é manter a inflação em nível baixo.

Em resposta aos questionamentos de senadores sobre os altos lucros dos bancos que operam no País, ele argumentou que parte significativa do lucro dos bancos é revertida para o capital dessas instituições, permitindo a alavancagem do crédito. "O nível de capital do sistema financeiro brasileiros é sólido e é uma resiliência contra choques", afirmou.

De acordo com Menezes Ferreira, as reservas internacionais se prestam ao equilíbrio do balanço dos pagamentos e à estabilidade da taxa de câmbio relativa, além de serem um importante colchão para enfrentamento de choques externos. "Podemos discutir o patamar dessas reservas, mas não há literatura internacional que aponte qual deve ser o volume", completou.

Liberdade de negociação

Assim como seus colegas, o indicado para a diretoria de Relacionamento Institucional do Banco Central (BC), Isaac Sidnei Menezes Ferreira, defendeu a liberdade de negociação do mercado de dólar. "Advogo pelo regime de câmbio flutuante. Não o faço de forma pura, absolutamente livre. Entendo que é um preço que deve ser trabalhado para o equilíbrio interno e externo da economia. Não temos meta de taxa de câmbio", defendeu, acrescentando que este é um desenho macroeconômico ideal. "Quando as circunstâncias indicarem, o BC deve atuar efetivamente no mercado de câmbio. Penso que esse é um desenho que favorece os desenhos da economia", considerou.

Sobre spread bancário, esta é uma agenda que o BC deve perseguir. Ele citou avanços na área de portabilidade do crédito, do salário e do cadastro. Defendeu também a diminuição dos custos de intermediação. "Há questões estruturais, que precisam ser endereçadas", afirmou. O indicado fez estas afirmações durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Isaac, atual procurador-geral do BC, comentou ainda que os ministérios da Fazenda e do Planejamento têm proposto e adotado medidas ao Congresso para que o Brasil possa buscar o equilíbrio das contas públicas de forma sustentável. "É importante que haja retomada da confiança para o equilíbrio. Isso também contribui para a retomada dos investimentos, do emprego e da renda", citou.

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