Valor de mercado do Bradesco cai R$ 6 bilhões
"Tão rápido quanto veio, será desmontada", disse, confiante, um alto executivo do banco, na condição de anonimato. As investigações da Polícia Federal indicam a existência de conversas entre Trabuco e executivos do banco, o vice presidente Domingos Abreu e o diretor de relações com investidores, Luiz Carlos Angelotti, com o grupo acusado de tentar corromper integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para anular um débito de R$ 3 bilhões da instituição com a Receita Federal.
Em nota, o Bradesco negou a contratação de serviços do grupo investigado na Zelotes e que Trabuco tenha participado de conversas com os lobistas. O banco destacou que foi derrotado por seis votos a zero no julgamento do Carf. "O Bradesco irá apresentar seus argumentos juridicamente, por meio do seu corpo de advogados. O Bradesco reitera seus elevados padrões de conduta ética e reafirma sua confiança na Justiça", acrescentou o banco, em nota.
"A companhia jamais prometeu, ofereceu ou deu vantagem indevida a quaisquer pessoas, inclusive a funcionários públicos, para encaminhamento de assuntos fiscais ou de qualquer outra natureza", acrescentou a nota do banco.
Um analista de mercado avalia que o assunto, além de "delicado", é "obviamente ruim" para o banco, que aguarda o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para incorporar o HSBC.
As ações preferenciais (PN, sem direito a voto) do Bradesco, que chegaram a cair mais de 7% após a Coluna do Estadão ter antecipado a notícia, encerraram o pregão desta terça-feira, 31, com queda de 5%, cotadas a R$ 22,80. Os papéis ordinários (ON, com direito a voto) recuaram 3,69%, a R$ 24,51. No exterior, a notícia fez com que os bônus com vencimento em 2019 do Bradesco caíssem 1,4%, cedendo de 109% do valor de face antes da divulgação da informação para 107,50% do valor de face.
Os American Depositary Receitps (ADRs), recibos de ações listados na Bolsa de Nova York fecharam em queda de 5,58%, a US$ 6,26, cotação mínima desde 16 de março, quando o papel fechou em US$ 5,94.
Sucessão
Trabuco completa em outubro 65 anos, idade limite para presidir o banco. Se os procedimentos forem mantidos, sua saída deve ocorrer após a assembleia, agendada para março do ano seguinte. Mas ele é considerado o candidato natural à sucessão de Lázaro de Melo Brandão na presidência do conselho de administração do banco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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