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Setor externo tem déficit de US$ 855 mi em março e vem melhor que previsão do BC

10:50 | Abr. 20, 2016
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Após um déficit de US$ 1,919 bilhão em fevereiro, o rombo das transações correntes somou US$ 855 milhões em março, conforme divulgação realizada nesta quarta-feira, 20, pelo Banco Central. A projeção do BC para a conta corrente do mês passado era de um saldo negativo de US$ 1,7 bilhão. O déficit ainda ficou menor que a mediana negativa de US$ 1,175 bilhão obtida pelo AE Projeções com estimativas que iam de um déficit de US$ 2,878 bilhões a saldo zero.

A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 4,258 bilhões em março, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,904 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária em US$ 2,449 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no vermelho em US$ 355 milhões.

No trimestre, o rombo nas contas externas soma US$ 7,591 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses até março deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 41,374 bilhões, o que representa 2,39% do Produto Interno Bruto (PIB). Para o acumulado do ano, o BC projeta um déficit de US$ 25 bilhões.

Remessa de lucros e dividendos

A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 1,411 bilhão em março, segundo dados do Banco Central. A saída líquida representa um volume bem maior do que os US$ 1,199 bilhão que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.

No acumulado do ano até março, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 4,186 bilhões. O resultado enviado é superior ao registrado em igual período do ano passado, quando as remessas foram de US$ 2,669 bilhões. Para o BC, a remessa de lucros e dividendos no acumulado do ano será de US$ 18 bilhões.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,055 bilhão em março ante US$ 1,142 bilhão em igual mês do ano passado. No trimestre, essas despesas alcançaram US$ 5,775 bilhões, valor menor do que os US$ 7,061 bilhões de igual período do ano passado. Pelos cálculos do BC, no acumulado do ano, os gastos com juros somarão US$ 21,7 bilhões.

Viagens internacionais

Ainda como reflexo da alta do dólar vista no ano passado, a conta de viagens internacionais registrou déficit mais ameno em março. No mês passado, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil deixou um saldo negativo de US$ 694 milhões. O resultado é menor do que o saldo negativo de US$ 955 milhões visto em igual mês do ano passado.

É maior, no entanto, do que o déficit de US$ 242 milhões registrado em fevereiro. O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, detalhará o resultado, mas provavelmente essa subida na margem está relacionada com a baixa do dólar vista no início deste ano. Com isso, alguns brasileiros voltaram a planejar viagens ao exterior.

O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,291 bilhão em março - em fevereiro, esses gastos somaram US$ 841 milhões. Já a despesa dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 597 milhões no mês passado.

No acumulado do ano, o saldo líquido dessa conta ficou negativo em US$ 1,126 bilhão. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 3,595 bilhões. O BC projeta que essa conta feche o ano deficitária em US$ 6 bilhões.

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