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Não existe cura milagrosa para o Brasil, diz IIF

10:00 | Abr. 20, 2016
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Não há uma cura milagrosa para os problemas econômicos e políticos do Brasil, afirma o Instituto Internacional de Finanças (IIF), com sede em Washington, ao comentar o avanço do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O IIF avalia que o mercado brasileiro pode estar eufórico demais sobre o cenário pós-impeachment. Os preços dos ativos já embutem em grande parte a saída da presidente Dilma do Planalto, destaca o relatório. "Acreditamos que a euforia do mercado está superestimando a capacidade política de um potencial governo liderado pelo PMDB para colocar em prática um ajuste fiscal coerente e confiável", afirma o economista do IIF, Ramón Aracena.

"Estamos céticos de que a administração liderada pelo PMDB entregue as reformas fiscais necessárias para mudar o jogo e restabelecer a confiança."

Só uma reforma fiscal confiável, capaz de fazer a relação entre a dívida bruta e o Produto Interno Bruto (PIB), indicador de solvência de um país, parar de subir, é que ajudaria a recuperar a confiança de investidores estrangeiros e domésticos, abrindo as portas para a volta do crescimento econômico, afirma o IIF. A relação dívida/PIB do Brasil superou os 70% e está em trajetória de alta, e o déficit nominal ultrapassou os 10%.

O IIF acredita que se Temer chegar ao poder, ele deve de fato buscar melhorar a confiança de investidores e consumidores adotando medidas mais amigáveis ao mercado e buscando um ajuste fiscal. Mas essa intenção deve encontrar obstáculos significativos, afirma Aracena.

Um desses obstáculos é a Lava Jato, que pode atingir mais membros do PMDB, incluindo Temer, e aliados do partido. Esse movimento diminuiria a legitimidade do governo e a capacidade para reação. Além disso, esse risco pode complicar a intenção de Temer de trazer pessoas de elevado conhecimento técnico e de renome para Brasília, sobretudo para a equipe econômica.

Transição

Além da Lava Jato, o IIF destaca que a transição de governo entre Dilma e Temer não deve ser suave. Um governo do peemedebista vai começar com o ambiente político carregado no Brasil, o que dificultará a aprovação de qualquer reforma que precise de emendas na Constituição, como aquelas necessárias para reduzir a rigidez do orçamento público, por conta dos gastos vinculados.

Outro risco é do aumento de tensões sociais promovido por sindicatos em meio à medidas impopulares de ajuste fiscal e de uma oposição barulhenta do PT.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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